quarta-feira, 31 de março de 2010

Contos Sujos - Melodia - Parte 1


Big City nunca fora uma cidade recomendada para festividades. A tonalidade cinza da cidade, e o próprio astral que tomava conta de cada beco escuro afastava as pessoas. O cheiro podre se espalhava como um vírus, que parecia acompanhar todo tipo de sentimento ruim, alimentando gradivamente o pior do que exsistia no ser humano como a inveja, a corrupção e a violência.

Nos raros dias de descanso (feriados) quem tinha para onde fugir, se mandava da cidade. Quem nada podia fazer, tentava esquecer o quanto ostil aquele lugar era.
Eram nestas datas que o Acústic ficava lotado. A velha casa de shows em estilo vintage, relembrava épocas gloriosas da música.

Arstistas Indie, quadros e pinturas decoravam a casa que conservava em suas paredes um amarelo charmoso, resultado da falta de cuidado e do desgaste do tempo. A assinatura de Bob Dylan, grafada na parede que ficava atrás do pequeno palco era o marco de uma época e de uma geração que lutou por algo. Agora, quem estava ali, já não tinha pelo que lutar, nem para onde ir.

Nestes dias, formava-se um tradicional rodízio de artistas. Todos anônimos, mas que aproveitavam o palco aberto para apresentações de trabalhos próprios. Músicas, poesias construtivistas, manifestos inflamados e interpretações eram o principal atrativo da casa.

Quem dava as boas vidas da casa nesta noite, era o conhecido poeta do movimento sujo de BC, Byron Bilbane. Enquanto alguns ainda se acomodavam, e acomodavam seus instrumentos para as apresentações posteriores, Byron iniciou seu discurso:

-boa noite senhoras e senhoras. Como sabem, o palco hoje é aberto. Aberto não só fisicamente para aqueles que desejam aqui estar. Ele é aberto para qualquer tipo de manifestação artístistica. –enquanto Byron falava, balançava seu corpo, e levantava seus braços tentando chamar o público - Não há limites para as idéias. As palavras aqui ganham o sentido através da boca que lhes fala e de suas mentes que as processam. Não há intermediários. Por aqui, grandes já passaram. E por aqui outros ainda maiores passarão. Há tempo para errar. Há pessoas para escutar. Há uma platéia que inflama e pede por algo que possa lhe incomodar. Façam bom uso, e esperamos uma grande noite para todos aqueles que para lugar algum podem ir, para os que com niguém podem conversar, ou para aqueles que aqui tudo isso tentam encontrar.

Todos o aplaudiram. Uma movimentação teve início. Todos aqueles que tinham algo para apresentar se dirigiram para o balcão, onde seus nomes eram colocados em uma lista.

conheça mais sobre Byron Bilbane
Continua...

terça-feira, 30 de março de 2010

Culto e Grosso-Verdade?



Qual seria a melhor ocupação do homem? Um videogame? Uma tv? O sexo? Desde a antiga Grécia o homem sabe o que é filosofia. E espanta os homens de hoje o fato de que a antiguidade chegou à um nível de organização fantástico, e foi berço dos três pensadores que deram ao mundo atual suas cores e rumos e defeitos: Sócrates, Platão e Aristóteles.

Muitos sabem que chegaram à influenciar desde leis, passando pelas três maiores vertentes religiosas, até chegar aos pensadores mais audaciosos da era conteporânea. O que poucos sabem é diferir o que é manipulativo daquilo que é aproveitável, deixando de lado o termo "verdade absoluta".

É inaceitável que nos dias atuais a igreja, após tantos massacres que a história nos relata, após tantos escândalos que envolvem até pedofilia, ainda seja vista como predecessora de todo bem. E subportadora do destino de todo homem.

Eu não me prosto perante qualquer obra que tente definir minha existência como algo pueril e subversivo. Apenas acredito em mim e em semelhantes que trataram a vida da mesma maneira, deixando documentos de suas experiencias e pensamentos.

Acredito em uma causa primeira, em um primeiro impulso que a lei da inércia diz provar. Não sou ateu, prefiro o termo agnóstico; não sou pessimista, mas previnido.

"Assim como certas religiões chamam de ateus os homens que não acreditam num Deus pessoal além de si mesmos, dizemos que é ateu aquele que não acredita em si mesmo. Não acreditar no esplendor da própria alma: isto é o que chamamos de ateísmo."
Swami Vivekananda

Ismael 'Fly' Al. Schonhorst

sábado, 27 de março de 2010

Cultura Suja - Quando a Fé virou instituição...

A Coluna Cultura Suja é a favor da liberdade de expressão e não discrimina práticas reliligosas ou questiona a fé em Deus. O texto a seguir apenas exprime a realidade da forma que o autor a vê.

A maioria de nós nasceu sócia de uma instituição chamada Igreja. Fomos batizados antes de termos uma visão crítica dos fatos que nos cercam. É quase como você ser obrigado a ser do PT ou gostar da Suzana Vieira antes mesmo de saber o que eles são. A religião faz parte de nossa educação e formação ética, porém não costumamos nos perguntar como seria se fôssemos educados sem ela.


Provavelmente seguiríamos o modelo de ética de nossos pais. Seria mais coeso ter a liberdade de escolher ter uma religião ou não somente com a maturidade da vida adulta. O ser humano necessita de espiritualidade, mas não necessariamente de uma instituição. Esta última é benéfica para muitos, porém acredito que acabou se auto-sabotando devido a imperfeição de seu criador.

A Igreja, assim como outras instituições, é baseada na natureza humana e serve a seus propósitos egoístas. É claro que produziu pessoas importantes, desde Malcolm X a Dorothy Stang, mas também produziu padres pedófilos e George Bush, que terminava seus discursos com a célebre frase “Deus abençoe a América”.


Muitos buscam na religião o sentido para suas vidas, ao invés de acreditarem no Deus que existe dentro delas, assim como existem ateus que encontram sentido somente no fato de existirem. Outros não vêem sentido na vida, mas se agarram a ela até o final. Como disse o alter ego de Charlie Chaplin em “Luzes da Ribalta”: “Viver não é sentido, viver é desejo.”

Arthur Viggi



sexta-feira, 26 de março de 2010

Sujos Factual - Duas histórias para exercitar a consciência crítica

Não há o que se discutir sobre a gravidade do assassinato de uma criança. A mobilização popular é justificável. Por se ter envolvido famílias de classe média/alta o clamor por justiça na grande mídia se ecoa por mais tempo. O apelo patético-emocional (passional) alimenta altas cifras do Ibope. É a tragédia de folhetim, versão vida real.

Mas, pensemos no espetáculo que se faz do julgamento. Quais as razões de se dar tanto destaque para tal caso? Garantir que os culpados paguem e apodreçam na cadeia pelo crime? Com tantas evidências que júri deixaria de condenar tão pavoroso ato? O ponto que quero chegar é que a atenção que a mídia dá ao caso é injustificável.

Considero a cobertura jornalística injustificável por qualificar esse crime inexplicável. Não é um crime que há como se prever, é um crime monstruoso de pessoas com boa formação e estrutura familiar. É algo que se acontece sem que se possa prever. É a loucura, é a falta de motivo, é o homem que perde a humanidade, a perversidade humana incontrolável.

O que se tem a esperar desse crime é a condenação do culpado, o que provavelmente acontecerá. E aconteceria sem os holofotes da imprensa. A imprensa só está presente nesse caso pelo Ibope. Não é caso de responsabilidade social como foi o caso do Menino João Hélio, vítima da violência social carioca, vítima da fome, vítima da falta de educação, vítima do tráfico, vítima da sociedade.

E, por que não há tanto esforço em ecoar a dor de João Hélio? Dar Ibope a uma vítima social pode ser inconveniente a imagem de quem governa e abalar a imagem turística de uma cidade como o Rio de Janeiro, é mais conveniente esconder que em cada esquina mora o perigo.

Terminando a reflexão: Noticiar deve significar mais do que somar pontos ao Ibope. Deve ter uma significação mais ampla. Ampliar a dor de alguém, não cura! Espetacularizar não cicatriza.

João Ninguém

quinta-feira, 25 de março de 2010

Conto Sujos - Rompendo-Parte 3


Se você não está acompanhando este conto, as duas primeiras partes estão logo aqui em baixo. Se está, manda bala na última:

Chegou a esboçar o movimento para levantar-se da cadeira para ir até o balcão, mas não foi preciso. Antes disso, alguém o interpelou:

-precisa de fogo para acender?

A mão já levava o fogo até a boca de Jake. A mulher que o observava do lado de dentro, agora estava na sua frente, oferecendo o que ele precisava. O dois se olharam. Aquele instante pareceu durar uma eternidade, não que fosse qualquer tipo de sentimento, mas parecia que os dois de alguma forma já tinham se conhecido, ou este tipo de coisa que não é capaz de explicar a conexão de tudo mas que faz todo o sentido.

Jake levou o cigarro à boca, acendeu e deu duas tragadas fundas. Havia muito tempo que não sentia aquela sensação. Quando voltou a si, a mulher estava sentada na mesa da frente, fitando-o. Quem tomou a iniciativa da conversa foi ela:

-tanto tempo para escolher um cigarro?
-sim, tem muito tempo que não dou uns tragos...

A mulher também acendeu um cigarro, enquanto continuava o diálogo:

-você não estava apenas escolhendo um cigarro. Estava escolhendo entre coisas que você tem e coisas que você já não tem mais – a mulher também deu uma longa tragada
-e o que você sugere?
-você pode voltar a ser um garoto e acreditar que vai mudar tudo, vai fazer com que toda essa porcaria que a gente vive se transforme em uma carona interminável pelas ruas que você sempre sonhou em pisar e acordar amanhã com um porre daqueles, mas com a mesma cabeça juvenil de outrora, e achar que tudo que te desiludia desceu ralo abaixo com o vômito e a ânsia de sua vontade de ter liberdade, com o sentimento de que “vamos todos ser felizes amanhã”, com o caddilac berrando na sua porta com alguém gritando, “vem logo”, e guardar esta ilusão para cada dia que você ainda há de viver.

Jake pensou em tudo aquilo, tragou e voltou a perguntar:

-tenho outra opção?

Foi a vez da mulher tragar. Olhou desprentensiosamente para a rua, enquanto a resposta veio fria e calculada:

-você pode viver como um homem e encarar toda essa porcaria. E se escolher esta opção, tenho mais cigarros em minha casa.
Jake percebeu que havia crescido. E não tinha como voltar a trás. Naquela noite fumou todo tipo de cigarro, sem qualquer remorso.

Conto Sujos - Rompendo-Parte 2


Se você não está acompanhando este conto, a primeira parte está logo aqui em baixo. Se está, manda bala na segunda!

Jake pegou um mentolado, negro. Para quem não fumava há mais de 3 anos, um pouco de cautela não faria mal. Sabia que em pouco tempo voltaria ao filtro vermelho. E já nem se importava tanto. Enquanto vacilava na escolha do cigarro, não notou que estava sendo observado.

Na mesma fileira, uma mulher o observava. Tinha 35 anos, talvez um pouco menos , cabelo um pouco a baixo da linha do ombro, alguns fios mais claros, ainda conservava belas curvas que não eram escondidas pelo vestido verde escuro, que solto torneava seu corpo e lhe davam ares ainda mais joviais.

Parte das suas pernas invariavelmente ficavam expostas, chamando atenção de cada um que quisesse ou não olhar, cada um tentando desvendar o que de melhor existiria entre aquelas duas perfeitas construções. Sem fazer questão de disfarçar a mulher analisava cada movimento, estudava cada passo, observava a indecisão na cabeça de Jake, especulava, fazia com que aquele jogo continuasse sedutor e intrigante. Jake se sentiu encurralado.

Andava tão abatido com tudo que havia se esquecido que este tipo de coisa acontecia, mulheres eram fogosas, lhe davam corda, mesmo sendo mais um, mesmo sendo Jake não Kerouac, mais um na multidão.

Apesar de não ser exatamente um homem bonito, ele ainda conservava algo de sua juventude rebelde e boêmia, coisa que não se esquece nunca, que não se perde, e ainda sim poderia ser utilizada , poderia ser mastigada se qualquer mulher assim quisesse. A forma como o tempo havia passado também havia transformado sua expressão, agora mais contida e serena, mais caracterizada como homem.

Jake pegou o cigarro e caminhou até o balcão. Enquanto caminhava, voltava seu olhar para onde estava a mulher. Por um momento, seu olhar vacilou. Não conseguiu continuar olhando de forma tão penetrante quanto sua oponente. Resolveu não mais tentar enfrentá-la. Pagou o cigarro e se dirigiu até as mesas que ficavam do lado de fora, de frente para a principal de Big City. Ali, lembrou-se, que sem fumar a tanto tempo era óbvio que lhe faltava algo: fogo.

A mão foi até o bolso de sua camisa flanelada xadrez. É claro, nada de isqueiro, nada de fósforos. Por um momento riu de si mesmo. Riu do quanto havia se tornado quadrado. Perguntou-se: ora, como um homem que viveu o que eu vivi, não tem fogo? Que grande merda...

Continua...

quarta-feira, 24 de março de 2010

Conto Sujos - Rompendo


Enquanto subia pela principal de Big City, Jake pensava em como as coisas em sua vida haviam se tornado previsíveis. O trabalho consumia cada parte de sua alma diariamente. Estava cercado de pessoas sem qualquer tipo de conteúdo realmente importante.

Todas aquelas luzes, holofotes e brilhantina faziam parte de um jogo babaca e cansativo, em que atores de qualidade duvidosa disfarçavam com sorrisos, carícias e afagos a mediocridade de seus sentimentos. Aquilo fugia de toda a perspectiva que havia traçado para sua vida.

Talvez pela influência das leituras de Kerouac e Rimbaud, sua necessidade de desprendimento havia se aguçado ao máximo, desconsiderando qualquer tipo de consumo, e taxando todo tipo de bem material como supérfluo. Não comprava roupas há muito tempo. Passava longe de lojas e bancos. Não tinha paciência.

Além disso, a estabilidade em que estava inserido e a forma confortável como as coisas passaram a acontecer o atormentavam. Este nunca fora o estilo de vida que planejara. Precisava mudar, antes que a locura tomasse conta de seu corpo.

Sua cabeça funcionava tão rapidamente que mal se deu conta que já estava no fim da rua, na esquina com do MiddleDay Coffee, um pequeno bistrô no centro da cidade.

O lugar era tradicionalmente conhecido pelos cigarros importados de todas as partes do mundo, e pelas cervejas, de qualidade indiscutível. Jake sentiu vontade de fumar. Havia tanto tempo que não dava uns tragos, que resolveu ceder. Não tinha mais nada a perder estourando um careto ali mesmo.

Entrou no café e passou o olho pelas embalagens. Todos os tipos de cigarros, com cheiros, cores e aromas. Sim, ele precisava romper os laços com aquela realidade monótona, e nada melhor do que começar a pensar em como fazer isso dando algumas tragadas.

continua...

terça-feira, 23 de março de 2010

Culto e Grosso - Move On


30 km/s (108 000 km/h). Esta é a velocidade de rotação da Terra. Só para você ter uma idéia:hoje a aviação comercial já quebrou a barreira do som, que é de 340 m/s = 1224 Km/h. Enfim, é muito mais rápido que o fuscão do seu papai.

Outra definição importante no post de hoje é a de movimento.Fisicamente falando,movimento é a variação de posição espacial de um objeto ou ponto material no decorrer do tempo.

Toscamente falando é o seu deslocamento ao sair de casa para ir tomar um giga suco com seu amigo, ou se encontrar em uma baladinha mais ou menos com a turma da sala. Claro, tudo isso medido na unidade temporal, definida como hora.

Por último, é importante falarmos sobre matéria. Matéria é qualquer coisa que possui massa, ocupa lugar no espaço. É o coleguinha que chega dando um tampa na sua bunda para sentir a “matéria” e seu namorado fica puto.

Porém, é interessante que também vejamos a matéria como energia, apesar da força não ser a mesma depois das descobertas de Albert Einsten. Mas enfim, relaxe e goze, que no fim fará sentido.


Estática

Você pode estar em movimento e estar parado. Imagine você correndo a 108 000 km/h no sentido de rotação da terra. Seu movimento em relação ao ponto de referência é zero. Estado de Inércia.

Porém, você pode estar em estado de inércia total, sofrendo de total comodismo, comendo sorvete sentado na poltrona da sala, melando e engordando, mas ainda sim estar em movimento. É difícil de crer, mas é possível. Mentes funcionam com bases referênciais. Esteriótipos.

É obvio que alguma vez você pensou: por que aquele gordinho não faz um regime? Ou fulano de tal ficou para trás, até hoje está estudando. Ou por que fulano de tal não troca de emprego?

Enfim, o estado de inércia, pelo referencial, está ligado ao movimento e vigor físico. É preciso tirar a bunda da cadeira.

Dinâmica

Quando nossos pais estavam na cama, “se movimentando” eram pessoas ativas. Andavam com pilhas de formulários de um canto da sala até a mesa do chefe. Corriam até a biblioteca para pegar um livro.

Quando o jovem da década de oitenta fazia seu corte punk e manifestava sua insatisfação idem. Não eram pessoas, digamos, acomodadas.

Por fim, o movimento estava sim ligado a relação de espaço tempo de alguma forma. A idade, a forma como viajaríamos, o tempo para adquirir certo conhecimento, o lugar em que você trabalha.

Acomodado era quem estava parado no lugar físico ou no espaço-tempo.

E é aí que tá: e a energia que ia embora, ia para onde? Para lugar nenhum. Era perdida.


É digital

Pense no hoje. Você pode estar em casa, mas em movimento. Você pode estar parado, mas em movimento. E ao mesmo tempo pode estar trabalhando e parado.

Na internet você encontra tudo e todos. Encontra livros, cds, músicas, pessoas, sexo, amigos. Enfim, tudo. Você não precisa mais se movimentar fisicamente para viver o mundo.

E nem precisa mais sair de casa para poder estar na frente. Basta saber onde encontrar e como achar. Basta ter foco.

Você pode vestir as mesmas roupas e ser alguém diferente. Pode dar um oi contido para cada um todos os dias, mas seu melhor amigo está no Japão. Pode cruzar os EUA, sem levantar um dedão. Pode fazer diferente todos os dias, sem que ninguém perceba o quando você está mudando. Pode ter os mesmo hábitos e rotinas e crescer.

É digital. É energia. Você absorve e utiliza. Acomodado hoje é aquele que não busca, não se informa, não persegue o novo. Que dispensa as oportunidades que existem, pois não utiliza os meios adequadamente. E são muitos os meios!

A mudança quem faz é você. E o importante nisso tudo é planejar. Dar passos conscientes. Buscar as oportunidades onde elas não mais parecem existir (E existem).

E mesmo que até as pessoas mais próximas não lhe dêem força, ou pior,coloquem você como “acomodado”, e digam que você está ali na inércia, ignore. Definitivamente o tempo não é mais um fator determinate para realizar nada e bobo é quem acredita nisso.

Mas você pode fazer diferente amanhã, enquanto todo mundo pensa que você faz igual. E quanto os resultados surgirem, você passa uma rasteira no mundo. É você quem escolhe o método de compensação caso os resultados apareçam. Porque silenciosamente, você estava fazendo.

Você poderia estar sentado na sala vendo jornal ou até mesmo dando pinta para o maneco, mas ainda sim o movimento nunca parou.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Culto e Grosso-Sou a favor do combate às drogas...



...faça como a Rita Lee, se te oferecerem drogas;
* Diga não: para coletâneas 'caça-níqueis', discos 'ao vivo' e todas as outras apelações da moribunda indústria fonográfica;
* Diga não: para CDs e DVDs protegidos contra cópia - você tem o direito de fazer backups (cópias de segurança) e de gravar coletâneas para seus amigos e namoradas(os).
* Diga não: para todas as empresas que não respeitam sua privacidade;
* Particularmente para aquelas que insistem em se relacionar contigo através de mal estruturados e mal pensados canais terceirizados ou automatizados;
* Diga não: para as emissoras de TV que se transformaram em geradoras de receitas para operadoras de telefonia.
* Queremos CONTEÚDO DE VERDADE, INTERATIVIDADE DE VERDADE;
* Diga não: para as emissoras de TV que escondem nas madrugadas suas atrações mais "cultas" (Observação importante: eu falei CULTA, não CULTO (religioso), ok?);
* Diga não: para todas as publicações "jabá-driven" (matérias pagas - direta ou indiretamente - você sabe do que estou falando);
* Ou, no mínimo, exija que elas sejam honestas. Tipo assim: "Tá vendo o mané que apareceu na capa? Então... ele pagou para aparecer, ok?"
* Diga não: para todas as empresas que acham que "aprisionamento" (lock-in) é uma questão tecnológica;
* Diga não: para os críticos musicais pós-punk, aqueles descerebrados que acham que música é atitude - promotores de modas mais efêmeras e vazias que uma bola de chiclé vagabundo;
* Diga não: para as emissoras de rádio que tocam a mesma coisa todo dia;
* Afinal, diga não: para todo mundo que ainda vive no século XX;
* Para aquelas empresas de serviços que dizem que você é o maior patrimônio, mas te tratam como uma Pessoa Jurídica;
* Diga não: para tudo que não seja ABERTO e SINCERO contigo.

Lute contra as verdadeiras drogas! Diga não para quem tenta te enquadrar em um padrão de convívio social adequado, paralisando teu cérebro, criando robôs, não homens.

Ismael 'Fly' Al. Schonhorst

domingo, 21 de março de 2010

O tesão de um homem casado enquanto trabalhador

 
Então eu estava sentado na minha mesa – que não é uma mesa, mas uma ilha onde divido minhas tarefas laborais com outras cinco pessoas, e chegou aquela que tem provocado meus sussurros inesperados pela manhã e às vezes, a noite, antes de dormir. Já tem um tempo que ela vem ativando inesperadamente minha libido e me fazendo fantasiar cenas mais do que eróticas no meu ambiente de trabalho. O pior é que ela é daquele tipo meio tapada, mas não imbecil, parece ter uma moral justa, meio ingênua e um pouco ignorante, aquele tipo de mulher que, na verdade, deu pouca atenção às instruções e dá muito à beleza (como deve dar!). E ela sabe, sabe muito bem o que o seu corpo pode causar nas pessoas, sabe o quanto babamos pelo seu rabo, sabe o quando desejamos abaixar mais um pouquinho só da sua calça já rebaixada.
Então eu estava sentado na minha cadeira quando ela apareceu na minha frente – do outro lado da mesa, com uma blusa que deixava sua cintura uns 6, 7 centímetros de fora, angulada pela causa jeans justa। E no que ela falou comigo, não pude como não investigar o que enxergava com o canto do olho. Tentei sem jeito disfarçar minha ação, inclinei meus olhos para a divisão entre seu umbigo e seu sexo, por milésimos de segundos, minha cabeça pode captar aquela imagem libidinosa, cheia de mistérios que é a cintura de uma mulher metida numa calça apertada. Bom, ela percebeu meu olhar safado, mas não se afastou de mim, apenas enquanto continuava o assunto (outros também estavam inseridos na conversa), puxava a blusa para baixo com a sua mão, fez uma, ela me viu olhando de novo para o movimento das suas mãos, fez duas, continuou falando e então o assunto acabou. Ao invés de ir embora, deu a volta na ilha, e ficou do meu lado, continuando o que tinha para falar. E enquanto eu ouvia e minhas mãos estavam no teclado, minhas verdadeiras mãos, as mãos da mente, já estavam em contato com a sua xoxota agarrada naquela calça e ela em segredo sussurrava de tesão no meu ouvido safado da mente. E a partir dali, minha motivação no trabalho mudou, todo dia acabou sendo assim, ela falava comigo e eu olhava nos seus olhos como se estivéssemos deitados, eu rijo, ela molhada. E quando encontrávamos para um café na cozinha, ela lavando o copo na pia e eu roçava a minha pica da mente na sua calça revestimento de loucura. Que bunda! Que bunda!
E todo dia fico ali me divertindo, me deixando levar até um limite tênue entra o êxtase mental e a ação real, me imaginando agarrando sua cintura, suas coxas, com naturalidade, sem forçar a barra, como se nossos corpos fossem pólos necessitados de imãs que se atracam com força sobre a mesa de café da firma, na cômoda da sala de reuniões, perto do provedor central, na salinha escondida do segundo andar. Sempre imagino também em um dos banheiros, claro. Uma perna dela na privada - tampa fechada, claro, calça arriada ou saia (ai no caso, só calcinha abaixada), mão direita na parede da direita, mão esquerda, na parede da frente, com sua maravilhosa bundinha me olhando, enquanto entro-e-saio-entro-e-saio, enquanto tremo de medo e esqueço o medo de alguém bater na porta, de alguém perceber o movimento.
É esse o jogo silencioso que me permito, fora isso, nada de traições, nada de safadezas, sou um marido justo e fiel, sei o quanto é maliciosa a língua ferina, ainda mais das meninas que com inveja da coleguinha, poderiam muito bem barrar minha felicidade. Todavia, coitadas, não chegam perto, a empresa está numa época em que contrata eficiência ao invés de curvas, suga o dinheiro do cliente não mais pelo tesão, mas sim, pela qualidade. Pena que Deus não dá asa a cobras e, justamente, a de corpo perfeito não tem lá muito talento a não ser os naturais. Não que isso seja ruim, mas é o suficiente para despedirem quando cansarem de olhar para seu rebolado, quando cansarem de seus erros compensados pelas coxas. E eu, enquanto trabalhador, alivio a dor da chibata me concentrando com audácia de um monge louco e safado, enquanto jorram jobs, eu jorro minha felicidade por trabalhar ao lado de tanta inspiração.
Bom, vida de casado é assim, imaginamos, gozamos, mas nunca tocamos. Pelo menos é assim que penso do casamento e penso que é o verdadeiro trabalho na criação, instituições – o casamento e a criação, nem um pouco falidas quando lhe permitem tesão alheio de qualidade criativa.

*originalmente publicado em Let It Beatinik Blogspot

sexta-feira, 19 de março de 2010

Cultura Suja - O Estranho Imperfeito

Rebelde. É essa a imagem que Johnny Depp transmite. Ou pelo menos é a imagem que a imprensa vende. “O Rebelde do Cinema” curiosamente começou sua carreira artística como músico. Ganhou a primeira guitarra na adolescência e a partir daí fez parte de algumas bandas, chegando a abrir shows para artistas renomados como Iggy Pop.

Inibido. Depp, segundo ele próprio, foi um cara de auto-estima baixa e perdido na adolescência. As garotas o achavam estranho e ele já inclusive declarou se identificar muito com o personagem Edward Mãos-de-Tesoura, protagonista marginalizado do filme clássico de Tim Burton, com que Johnny firmou uma parceria fiel desde a década de 1990. Inimigo confesso dos holofotes, o ator não gosta de aparecer em público e demonstra sua timidez nas entrevistas. Recusou vários papéis consagrados no cinema por não querer se vender, e vivendo bem ao estilo Jack Kerouac, despreza o glamour de sua profissão até hoje.

Talentoso. Johnny é versátil e já interpretou diferentes tipos de personagens. Porém permaneceu “oculto” por escolha própria, até a febre de “Piratas do Caribe”. Antes disso fez alguns filmes bem interessantes, principalmente com Tim Burton, mas não foi aproveitado como deveria. Destaque para “Don Juan deMarco”, “Tempo Esgotado”, “Medo e Delírio”, “Chocolate” e “Profissão de Risco”.

Tim Burton. O diretor foi sem dúvida um diferencial na vida de Johnny Depp. Segundo ele próprio, o cineasta o salvou de ser “mais um pedaço de carne hollywoodiano”. Fizeram vários filmes juntos, todos de qualidade. Destaque é claro para “Edward Mãos-de-Tesoura”, “Ed Wood”, “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça” e “Sweeney Todd”. Sempre com personagens bizarros e deslocados, ator e diretor mostraram como ser diferente pode ser uma vantagem, tanto na vida real quanto na ficção.

Arthur Viggi

quinta-feira, 18 de março de 2010

Conto Sujos - Conversas Paralelas


Hoje estréia mais uma série de textos aqui nos Contos Sujos. São pequenos diálogos fictícios que serão postados sempre no fim dos Contos, e claro, sempre quando não houver conto engatilhado. Pode parecer que não, mas escrever sobre sacanagem, putaria, trambique e canalhice toma tempo. E não é pouco. E claro, o papai aqui tem que levar o leitinho e o toddynho das crianças para casa. Então sempre que ficar difícil, entra uma conversa para cobrir a necessidade latente de podridão dos nossos dias. Agradeço claro, à todos aqueles que frequentam o blog, e espero que tenham uma boa leitura. A princípio, as conversas serão postadas sempre no fim das noites de quinta. Sem títulos. Poucos nomes. Mas com muito mais do que algumas linhas para dizer. manda bala neném!

A conversa acontecia entre duas amigas no quarto. Do lado de fora, alguém pegou o assunto no meio:

-como é o sexo com seu homem?
-é bom...
-como assim, é bom?
-é bom, eu gosto de estar com ele...
-mas ele faz você gozar?
-as vezes, depende...
-como assim?
-tem dia que ele está cansado...
-então neste dia não é bom?
-mais ou menos...
-ele costuma estar sempre cansado?
-sim, ele trabalha muito...
-então você nunca goza, pois ele normalmente está cansado?
-não foi isso que eu disse...
-mas é possível concluir isso. Ou não?
-onde você quer chegar?
-você gosta de transar?
-claro.
-você toma a iniciativa quando ele está cansado?
-sim
-mas você gosta de transar com ele, mesmo as vezes não sendo bom e ele estando cansado?

As duas ficaram em silêncio. Atrás da porta, alguém concluiu:

-tenho pena desta mulher. Mas tenho mais pena desse homem.

Conto Sujos - Me engana - Parte 3


Se você não está acompanhando este conto, as duas primeiras partes estão logo aqui em baixo. Se está, manda bala na última!

Dali em diante, Marylin aproveitou-se de cada folga e de cada bobiada de Cliff. Porém, ela mesma havia se dado conta que seu namorado já não lhe procurava com tanta frequência. E até suas jornadas de trabalho extra se tornadaram mais freqüentes. Os dois viam-se cada vez menos.

Até que um dia, deu de cara com uma pasta idêntica a de Cliff na sala do apartamento. Rapidamente ajeitou-se, crendo que ele lhe aguardava no quarto. Entrou correndo, mas deu de cara com o vazio. Ele não estava lá.Estranhou. Voltou a sala e viu a porta do quarto de Lindsey encostada. Uma fresta permitia que quem estivesse lá dentro fosse visto.

E os olhos de Marylin pareciam não acreditar. Lá dentro, Lindsey, de quatro em cima da cama, rebolava sem parar, enquanto Cliff a penetrava. Os gemidos eram abafados por uma das mãos do homem, que puxava seu rosto para trás enquanto a outra se prendia ao cabelo. Marylin chutou a porta com violência. Os dois olharam surpresos:

-que porra é essa Lindsey?
-Marylin, disse a você que não diria nada ao Cliff... e não disse...-Lindsey continuava rebolando- ... porém em momento algum eu te disse que não faria nada...
-sua vagabunda! - disse já aos gritos e partindo para cima do casal

Lindsey a interrompeu:

-a vagabunda aqui não sou eu e você sabe disso...cai fora agora e me deixa gozar em paz!

Marylin ficou desarmada. Sabia que estava na mão da amiga. Bateu a porta outra vez com violência e desceu a escadaria do prédio chorando. Cliff se fez de desentendido.

Era melhor assim. Se as duas soubessem o tipo de trabalho que vinha desenvolvendo a mais de dois anos, era provável que as ambas cortassem seu pênis. Enquanto gozava, ainda teve tempo de pensar:

-a ignorância é uma dádiva

quarta-feira, 17 de março de 2010

Conto Sujos - Me engana - Parte 2


Se você não está acompanhando este conto, a primeira parte está logo aqui em baixo. Se está manda bala na segunda!

Lindsey virou e tentou se recompor. Foi até o balcão, pegou uma bebida e tentou não olhar para a pista de dança. Porém foi impossível. Enquanto tomava um drink, Marylin dançava sensualmente, subindo e descendo. Ralando e se esfregando no homem.

Ele correspondia agarrando-a com força. A cena durou pouco mais de 10 minutos. Depois disso, os dois se retiraram do clube. Lindsey viu tudo aquilo sem saber o que fazer.

O carro do sujeito balançava a poucos metros da porta principal do Clube Latin. No beco, sem qualquer movimento no local e completamente escuro, o homem penetrava Marylin com voracidade. A mulher conduzia o jogo, tomando conta das ações. Seu movimento de subida e descida era rápido.

As coxas se comprimiam, enquanto eram apertadas pelos mãos do sujeito. Marcas de mordida se misturavam ao suor. Só aquilo não foi suficiente.

Rumaram para o apartamento de Marylin. E ela não teve qualquer tipo de pudor. Não fez questão de trocar o lençol da cama em que dormira com seu namorado na última noite. O homem, hora por cima, hora por baixo sendo dominado.

Aquilo tudo durou bem mais do que apenas uma noite. No fim, um breve diálogo, sem qualquer sentimento. Marylin era quem dava o tom da conversa:

-há muito tempo que não sabia o que era isso...
-o que você está querendo dizer?-perguntou o homem
-tesão... -uma pausa - há muito tempo...

O homem não entendeu. Durante a noite, houve tempo para que Marylin dissesse que tinha um namorado. Ele rebateu:

-mas você não disse que não tinha um namorado?
-isso não quer dizer que eu sinta tesão...

O homem pensou em quanto aquele comentário era cruel. Além de ter a testa estampada, o namorado devia ser um fracasso na cama. Deveria ser um imbecil, pois onde estava ele a noite toda enquanto ela aprontava por aí? E será que ele não tinha algum amigo homem o suficiente para lhe alertar sobre o que se passava diante de seus olhos? Por fim, enquanto se vestia, sentiu pena. Aprontou suas coisas, e sem cerimônia se despediu, enquanto a mulher lentamente pegava no sono.

continua...

Contos Sujos - Me engana - Parte 1


Marylin já estava junto de Cliff havia mais de dois anos. Os dois pareciam realmente ter alguma conexão quando estavam juntos. Mas nos últimos meses a coisa havia mudado de figura. O relacionamento estranhamente se desgastara. Ou era pelo menos assim que Cliff enxergava a situação. Ele “mal sabia” que sua testa havia se transformado em uma plantação de chifres nos últimos meses.

Tudo havia começado quando o rapaz foi obrigado a trabalhar em um final de semana. Jornada brutal. Mais de oito horas diárias, coisa que em Big City, nem era tão estranho para quem trabalhava como peão. A fadiga o tomara de tal forma que foi impossível que naqueles dias os dois se vissem.

Marylin não perdeu tempo. Nos dois dias deu ao sujeito mais motivos para coçar a testa do que qualquer praga divina. Na primeira noite foi ao Latin. Não tinha a intenção de sair da linha, até que encontrou um antigo “amigo”. Claro, os dois não se viam há muito tempo, e o encontro fatalmente trouxe muito mais do que lembranças escolares.

A troca de olhares entre os dois foi digna de um filme pornô. Lindsey, a melhor amiga de Marylin, que dividia o apartamento com ela, e que a acompanhava naquela noite não precisou de muito tempo para entender o que viria depois. Apesar de discreta, fez um sinal para que as duas se encontrassem no banheiro. Quando chegaram, Lindsey foi breve:

-Marylin, você bebeu um pouco além da conta...
-E daí? Por favor, não torre a minha paciência hoje...-disse cambaleando e se escorando no espelho.
-você sabe o que vai acontecer. Mas antes que você abra suas pernas para esse cara, lembra que tem outro, lá fora, que gosta de você...
-Lindsey, não enche... - cambaleou para frente e segurou em uma saboneteira, quase arrancando o objeto - eu dou pra quem eu quiser! eu chupo quem eu quiser! eu me meto com quem eu quiser, entendeu? Se você quer pegar ele esquece... vai arrumar um pra você... tem tanto tempo que você não...

Antes que Marylin terminasse, Lindsey a interrompeu com um tapa na cara, enquanto duas outras garotas entravam no banheiro e acompanhavam o fim da discussão:

-cala essa boca. Estou lhe falando, pois parece que não sabe o que pode estar colocando em jogo. Fique tranqüila, não direi nada para o Cliff... faça o que você quiser...

Continua...

terça-feira, 16 de março de 2010

Música Suja - Skylab Experiência



O cantor, compositor e poeta carioca Rogério Skylab após nove anos de ininterrupto trabalho, chega à iminência da conclusão de sua série. Segundo o artista, Skylab X será o último trabalho com canções inéditas.”A composição de uma obra ou de uma música devem ser planejadas, calculadas - fria e sistematicamente - assim como as execuções de um Serial Killer”.

Inspirado pelo laboratório espacial homônimo, Skylab abusa da liberdade linguística, poética e musical, colocando o empirismo acima de qualquer paradigma ou vertente consagrada no mainstream ou mesmo no underground. Samba, Heavy, Punk Rock, Reggae,Bossa Nova e até música atonal são o pano de fundo do poeta que escarnece da pós-modernidade.

É possível que seu navegador não suporte a exibição desta imagem.

Todavia, como era de se esperar, sua poesia e seu “lirismo” fogem à inteligenzia artística das massas e aos padrões concebidos pela indústria fonográfica. Skylab mainstream, no programa do Jô Soares é visto pelo público louca e comicamente, infelizmente, ou não, a forma escatológica deixa implícita a substância amarga e ácida que permeia suas composições.

Mas é toda a compreensão do ser vivo que deve ser revogada em questão, se é verdade que a vida deve ser pensada como uma potência que excede incessantemente as suas formas e as suas realizações.

Após um ano bastante produtivo com o ao vivo Skylab IX e de Skylab e Orquestra Zé Felipe, projeto experimental, atonal, caótico, anárquico e único, vamos aguardar Skylab X ! Seja como for, Rogério marca a música marginal brasileira por sua originalidade e pela forma planejadamente bizarra como toca em temas seríssimos.

E como este assunto rende pano para manga, farei uma apreciação de Skylab I a IX aqui nesta seção, se assim me for permitido.

Confiram aqui a entrevista de Skylab para um portal de Leopoldina – MG, cidade em que passou carnaval e tem visitado constantemente, o que segundo ele: “lhe dá forte ímpeto para mudar-se para lá e morrer no esquecimento”, como o fez Augusto do Anjos.

Site Oficial do Skylab
Blog do Skylab

Carlos Carvalho

segunda-feira, 15 de março de 2010

Culto e Grosso - Palavras para um condenado


Os dois textos abaixo são assinados e portanto refletem exclusivamente a opinião de seus autores. Após a leitura fiquem livres para opinar também.



— TESTEMUNHA DE ACUSAÇÃO —


Fui ver o filme Cazuza há alguns dias e me deparei com uma coisa estarrecedora.. As pessoas estão cultivando ídolos errados..
Como podemos cultivar um ídolo como Cazuza?

Concordo que suas letras são muito tocantes, mas reverenciar um marginal como ele, é, no mínimo, inadmissível. Marginal, sim, pois Cazuza foi uma pessoa que viveu à margem da sociedade, pelo menos uma sociedade que tentamos construir (ao menos eu) com conceitos de certo e errado.

No filme, vi um rapaz mimado, filhinho de papai que nunca precisou trabalhar para conseguir nada, já tinha tudo nas mãos. A mãe vivia para satisfazer as suas vontades e loucuras. O pai preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr solta.

São esses pais que devemos ter como exemplo?

Cazuza só começou a gravar porque o pai era diretor de uma grande gravadora..
Existem vários talentos que não são revelados por falta de oportunidade ou por não terem algum conhecido importante.

Cazuza era um traficante, como sua mãe revela no livro, admitiu que ele trouxe drogas da Inglaterra, um verdadeiro criminoso. Concordo com o juiz Siro Darlan quando ele diz que a única diferença entre Cazuza e Fernandinho Beira-Mar é que um nasceu na zona sul e outro não.

Fiquei horrorizada com o culto que fizeram a esse rapaz, principalmente por minha filha adolescente ter visto o filme. Precisei conversar muito para que ela não começasse a pensar que usar drogas, participar de bacanais, beber até cair e outras coisas, fossem certas, já que foi isso que o filme mostrou.

Por que não são feitos filmes de pessoas realmente importantes que tenham algo de bom para essa juventude já tão transviada? Será que ser correto não dá Ibope, não rende bilheteria?

Como ensina o comercial da Fiat, precisamos rever nossos conceitos, só assim teremos um mundo melhor.

Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi consequência da educação errônea a que foi submetido. Será que Cazuza teria morrido do mesmo jeito se tivesse tido pais que dissesem NÃO quando necessário?

Lembrem-se, dizer NÃO é a prova mais difícil de amor.

Não deixem seus filhos à revelia para que não precisem se arrepender mais tarde. A principal função dos pais é educar.. Não se preocupem em ser ‘amigo’ de seus filhos.
Eduque-os e mais tarde eles verão que você foi à pessoa que mais os amou e foi, é, e sempre será, o seu melhor amigo, pois amigo não diz SIM sempre.’

* Karla Christine – Psicóloga Clínica


— ADVOGADO DO DIABO —

Minha opinião sobre a revolta desta mulher é que se trata de um discurso extremamente baseado em falso moralismo. Não vejo nada de mais no Cazuza, e diversas atitudes dele ao meu ver foram de muita imbecilidade, claro, tendo essa constatação feita somente em cima do meu ponto de vista, não dito verdades universais.

Mas não é por ter minhas opiniões sobre a pessoa dele, (sejamos justos, não são opiniões muito bem fundamentadas, estou tratando a questão de forma superficial apenas para chegar onde me preocupa), que eu creia que que ele não possa ser discutido. São feitos filmes sobre pessoas dos mais diferentes meios e mensagens de vida, e ninguém é santo para ser visto por um prisma partidário e plano.

Dá para se aprender com experiências ruins e boas dos outros. Concordo que o filme buscou gerar um glamour em cima de pontos que não mereciam, ou seja, certas ações dele foram tratadas de forma errônea ao meu julgamento, mas é um produto da Globo Filmes, o negócio deles é vender, não concordo nem discordo com isso, vivemos em função do capitalismo e no final “todo mundo” busca aproveitamentos de oportunidades para lucrar.

Achei o filme péssimo, como diversão e como filme mesmo. Daria uma nota baixa para ele. É visível que o filme tentou jogar com esta visão que o popular tem da personalidade do cantor em questão como sendo um herói. Mas penso que as pessoas não sejam ingênuas em levar tudo que o filme diz como sério, ou que também cada um deveria ter seu julgamento bem estabelecidade e idéias firmes para decidir ser o que é passado é bom ou ruim.

Achas que estou sendo otimista demais com a espécie humana? Talvez seja. Mas se o filme mostrasse tudo que ele passou como ruim, e as pessoas por isso vissem então estas ações como certamente um indiscutível mau exemplo de vida, continuaria sendo uma alienação de pensamento.

A proposta da psicóloga é que só façamos filmes bacanas com boas mensagens (boas mensagens para quem? com base no quê?) e sobre pessoas aparentemente acima de qualquer dúvida quanto ao “bom comportamento”, tudo isso por um mundo melhor. Vamos tirar então de vista os extremos do que ela julga errado, e extrematizar o que ela julga certo. Continua sendo manipulação de idéias. A culpa do que a sociedade é não deve ser posta em cima da arte.

A arte reflete uma sociedade e seus comunicadores, e se temos uma arte burra é pois as pessoas que consomem são burras para aceitar aquilo e gostar e assim continuar contribuindo e incentivando novas produções. Lute pela coisa certa, e puxando a questão familiar, eduque da forma certa.

O que precisamos são de mentes pensantes para discutir em vez de buscar padrões, não de mentes receptoras de idéias prontas para se tornarem apenas ruminadores de comportamentos e visões forçadas por uma moral criada e imposta, sejam estas visões boas ou ruins. Você quer ser pai de um papagaio, clone de sua mente, ou ter como orgulho um filho independente em idéias próprias?

Para se ter alternativas existenciais precisamos de alternativas ideológicas e mentes abertas para digerir isso prol de uma evolução, não importa como e onde, o que importa é a essência dos objetivos sinceros.

* Ismael Alberto Schonhorst – Teórico da Comunicação

sábado, 13 de março de 2010

Cultura Suja - Muros Sociais Imperfuráveis

Nós vivemos em meio a tantos rótulos que é difícil se relacionar com todos sem ser julgado. Emos, playboys, funkeiros, pagodeiros, rockeiros, alternativos e nerds são designações que constantemente usamos. Criamos barreiras e universos muitas vezes independentes. A escola é um ambiente onde você percebe isso com facilidade.

Desde pequenas as pessoas são criadas com diferenças. “Todos os animais são iguais, mas uns são mais iguais que os outros”. O trecho do livro de “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell, ilustra bem o que estou falando. No começo da vida e principalmente na adolescência parecemos pré-destinados a sermos “winners” ou “losers”.




As salas de aula podem muitas vezes ser comparadas com as cidades modernas. No centro você tem a elite e em volta os marginalizados, os nerds e as pessoas “normais”, que não se enquadram em nenhum rótulo. Essa dualidade pode ser observada também, porém mais genericamente, entre escolas públicas e particulares de ensino fundamental e médio.

Portanto, num estabelecimento de ensino primário onde deveria ser ensinado um valor abstrato chamado “igualdade”, já pregam na sua testa que você é melhor ou pior, e esses rótulos são carregados para as ruas.



Os tempos de escola não costumam deixar muitas saudades. Arrisco dizer que vivemos em meio a um apartheid educacional. Só que ao invés de negros versus brancos, temos pobres versus ricos. Isso tudo leva aos muros sociais. Dessa forma, o pobre que consegue perfurar algum muro imperfurável através de uma bolsa de estudos, provavelmente acaba se sentindo um peixe fora d’água e vice-versa.




O sistema de cotas nas universidades reduziu os muros, apesar de não ter solucionado o problema. O REUNI está aí pra reduzi-los ainda mais. Mas será que a extinção dos muros será real? Se a qualidade do ensino for mantida, acredito que sim. Senão talvez seja criado para esta geração outro tipo de muro, com a dualidade profissionais pré-REUNI e profissionais pós-REUNI.

Arthur Viggi



sexta-feira, 12 de março de 2010

Sujos Factual-Para presidente Vote 69



As eleições presidenciais estão próximas, e entre Titia Dilma e o Vovô Serra é difícil saber quem é mais rejeitado. Claro que daqui a pouco a campanha eleitoral da TV vem entreter a grande massa e enfeitar a falta de carisma e a falta de competência dos dois principais candidatos.

Há quem diga que o presidente Lula é o maior fantoche político que o Brasil já teve, mesmo que seja um fantoche, não é o fantoche perfeito, é cheio de defeitos e falhas de fabricação e por isso um bom presidente.

Se lhe falta a lucidez para tantas coisas, lhe falta a lucidez para entender a necessidade de seguir a risca um discurso e desliza muitas vezes genialmente para o seu saber popular (não to sendo irônico). Um bom presidente feito de erros e sinceridade.


Mas, quem temia o Brasil governado por fantoches se prepare, porque nem Dilma, nem Serra escaparão de ser mera figuração a frente de interesses alheios.

Nessas horas se não há a outro candidato que nos agrade o que fazer? Voto em Branco?

Errado. Votar em branco não é a atitude mais adequada não, porque os votos em branco podem ser contabilizados a um dos candidatos. Se quiser abrir mão do seu voto, anule-o.


Votando em um número inexistente de candidato, fica a sugestão: 69. Vote 69, Anule seu voto. Mas a tal urna eletrônica vai tentar complicar sua vida, dizendo que seu voto é inválido e vai pedir que confirme seu voto novamente. Então vá e digite denovo: 69.

Pronto assim o seu voto não poderá ser reaproveitado por algum dos candidatos que você se recuse a votar.

O Voto é um direito importante, se for para anulá-lo que seja com consciência. Então se desaprova esses candidatos medíocres. Vote: duas vezes, 69.


João Ninguém

Culto e Grosso-Besta Mitológica



Um corpo alienígena, doente neste mundo. Uma mente envenenada pelos ares do medo que exalam os humanos. Um espírito livre, mas habitando um corpo, este quase livre, só preso pelo coração a uma corrente de moral, fixada por seus familiares, verdeiros ou falsos, pois a mentira quando repetida se torna familiar até ao mais bravo dos guerreiros.

Olhos prontos para ver a beleza na destruição, uma língua que chama o que há de pior das possíveis manifestações, e delas faz um martelo para desgastar a corrente aqui o prende. Sabe que não conseguirá em vida, mas prepara para subverter a morte. Se o ocidente estiver com a ordem, irá virar esqueleto de demência, e seu pó irá chocar aos demais por eras.

Se o oriente estiver com a ordem, estará pronto para transcender, mas não o fará, pois seria assim a prova em alma do Nirvana, e ele não quer provar nada, quer apenas ser ouvido, e que de suas tolas expressões e caretas disfarçadas as pessoas achem a desordem.

Não sabe o que quer, por isso pensa que é uma esfinge, com diversas pinturas em suas diversas faces, que estão sempre limpas, pois chora sem saber que chora, pois teme sem saber que teme, pois se engana, sabe disso tudo, mas se engana no delírio de que é superior, sendo que na verdade não passa de um corpo alienígena com garras e dentes pontudos, mil pênis, uma vagina em sua base, um ânus inchado porém selado por ele mesmo, intestino que brinca de correção ao se ofender, pés castigados, boca imoral, veneno ao invés do suor, plantações nos jardins em volta, alucinações inventadas, sentimentos apaixonados, verdades etéreas, um cérebro que teme ser narcisado pela sua existência, a dor de um poeta, a fúria pelo erro, o dualismo, uma grandiosidade fácil de abalar, mas que ao se perder não significa nada, grandiosidade nova existe neste corpo alienígena.

E dança, e canta, e ama, e dorme o sono atrasado. E morre para nascer novamente, diferente, igual aos demais.

Ismael 'Fly' Al. Schonhorst

quarta-feira, 10 de março de 2010

Sujos Factual - Um verme aqui dentro


Os orientais adoram pensar na dualidade da existência, do mundo, dos fenômenos, das pessoas, da própria natureza. Acreditam que o que está em cima, embaixo também permanece, assim como, o dentro é o fora. Todas as dualidades formariam espelhos que ora se combatem, ora se complementam. O masculinho, ferrenho e desbravor em oposição e sincronia com o feminino recluso e detalhista.
Nos últimos tempos, dei um salto de qualidade na minha vida. Abandonei a carne. Meu consumo se restringe apenas aos vegetais, cereais, coisas com soja e, claro, carne viva - de vários sabores e genéticas.
Porém, o estresse da vida adulta acabou por carbonizar o meu corpo com dores e doenças misteriosas. A última delas, acaba de ocorrer em meu banheiro. Na privada havia um verme, algo próximo a uma lacraia, mas verme branco e com um escuro do seu alimento ou de seus ovos, na barriga. Uma legião de novos vermes. Todavia, eis que surge em mim a própria dúvida da dualidade:
Este verme ocupava os cantos do aparelho de descarga da minha casa ou da descarga do meu corpo? Demonstrava a torpeza dos canos do apartamento ou do alimento da minha alma?
Talvez, quem sabe, uma vingança cagada ou o anúncio de seu reinício!
Ele veio de mim ou para mim?
De qualquer forma a equação será a mesma: seras esse verme um corvo?




Jota Oliveira

Música Suja - Sobre a Democracia Chinesa no Planalto Central !


O despotismo esclarecido de Axl Rose, aliado à expansão mercadológica de sua obra operam numa lógica política absolutamente condizente ao título do mais recente trabalho dos Armas e Rosas. Sem querer me ater a idiosincrasias desnecessárias e improfícuas, não entrarei no mérito da dicotomia saudosismo versus experimentalismo. Falemos, pois, da apresentação dos Guns em Brasília neste último dia 7 de março!


Cerca de treze mil pessoas compareceram ao ginásio Nilson Nelson na capital federal para acompanhar o show de estreia aqui no Brasil. Apesar do atraso, o show parece ter agradado bastante a quem compareceu. A pirotecnia conjugada aos aparatos tecnológicos confirmaram a promessa de megaprodução e, por que não, megalomania de Axl.

A turnê segue para BH no dia 10, São Paulo dia 13, Rio de Janeiro dia 14 e despede-se do Brasil em Porto Alegre no dia 16. Segue abaixo o setlist bem mesclado com novas canções e clássicos da banda, além de alguns links com filmagens amadoras da fatídica apresentação! Tirem suas conclusões (...)


SETLIST :

"Chinese Democracy"
"Welcome To The Jungle"
"It's So Easy"
"Mr. Brownstone"
"Sorry"
"Better"
Solo de Richard Fortus
"Live And Let Die"
"If The World"
"Rocket Queen"
Solo de Dizzy
"Street Of Dreams"
"Scraped"
Solo de Dj Ashba
"Sweet Child O' Mine"
"You Could Be Mine"
Solo de Axl Rose
"November Rain"
"Knockin' On Heavens Door"
"Shackler's Revenge"
"Patience"
"Nightrain"

bis:
"Madagascar"
"Paradise City"

Confira mais aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=zjixUVDgCtg&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=wRfgoYxQNIY

Carlos Carvalho

terça-feira, 9 de março de 2010

Música Suja - O Anti-herói Britânico

Para alguns ele é uma cópia barata de John Lennon. Para outros, um compositor talentoso cujo a principal influência é John Lennon. Amado e odiado, Noel Gallagher é uma das maiores figuras da música britânica da década de 1990. Sempre controverso e polêmico, construiu uma respeitável carreira com o grupo Oasis, se destacando como o principal compositor, além de se tornar freqüentador assíduo dos tablóides devido a suas declarações e brigas com o irmão e vocalista do Oasis, Liam Gallagher.

Muitas dessas brigas foram encenadas, segundo eles próprios. Ah, é claro. O marketing é uma arma muito usada pelo Noel. O cara adora ser famoso e não nega. Certa vez disse: "Nada me incomoda mais quando grupos como Pearl Jam e Nirvana reclamam da vida e da fama.

Deixe eu lhe falar: ser famoso é ótimo! A emoção de quando alguém lhe pede um autógrafo, inacreditável!... Eu acho que não consigo entender os pensamentos de Eddie Vedder e o resto... quero dizer, se você não gosta do seu trabalho, porque você não vai trabalhar num lava-jato ou no McDonald's?"


Apesar das jogadas de marketing, Noel conseguiu tudo o que tem devido a seu talento. Ele compôs a maioria das músicas do Oasis sozinho, mostrando uma facilidade incrível para fazer boas músicas com poucos acordes. Muitos o criticam pela arrogância, mas não vejo isso como um aspecto negativo e sim como auto-confiança e marketing, acima de tudo.

Noel não é o modelo de herói que costumamos idealizar no mundo das celebridades. Ele não é o Bono Vox. No DVD do filme Trainspotting você encontra uma citação a respeito do músico, tecida por Irvine Welsh, autor do livro homônimo, num texto em que faz comentários sobre o filme.

Ele enquadra Noel numa categoria de “modernos anti-heróis da classe trabalhadora britânica que tiveram seu pedaço do bolo e comeram”. Gallagher pode ser melhor entendido, portanto, como um anti-herói que não tem qualquer problema com o fato de passar essa imagem ao público.


Agora separado do Oasis devido a uma real briga com o irmão, Noel segue em frente e já tem shows marcados para março, no Live For Teenage Cancer Trust, evento beneficente do qual ele participa desde 2000.

Ele nunca vai ser um herói, mas sempre será um músico de talento peculiar e uma personalidade irônica, introvertida e ambiciosa. Para finalizar e mostrar o que estou falando, aí vai outra célebre frase dele: “Tá perguntando se eu sou feliz? Olha, tenho 87 milhões de libras no banco, um Rolls Royce, 3 fãs me perseguindo, vou entrar na diretoria do Manchester City, faço parte da maior banda do mundo. Estou feliz? Não, eu quero mais!!!”

http://www.youtube.com/watch?v=uc2vvQx-ibM

Arthur Viggi






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