quinta-feira, 4 de março de 2010

Contos Sujos - Tratamento - Parte 3


Se você não está acompanhando este conto, as duas primeiras partes estão logo aqui em baixo. Se está, manda bala na última:

O olhar de Bernard por um momento desviou-se da mesa. Mas nenhuma palavra saiu de sua boca. O doutor continuou a a falar:

-porém, caso o tratamento não evolua, serei obrigado a relatar isso a assistente social, e algo ainda pior pode acontecer. Não quer falar nada?

As palavras agora sairam da boca do garoto, calculadas lentamente:

-o que quer que eu diga? Que tive prazer em colocar fogo naquele lugar? Isso seria bom ou ruim? Não me faça ameaças. Quem dirá o que vai acontecer ou não sou eu – Bernard foi frio, olhando agora fixamente para o homem que o observava.

Chapman mateve-se calmo, tentando ver onde o menino queria chegar:

-O que você quer dizer?
-o que quero dizer – um leve sorriso tomou-lhe a face – é que o senhor vai falar que ou tramento está indo muito bem... ou melhor... vai dizer que eu não tenho problema algum...
-não estou entendo Bernard... – disse Chapman
-ou o senhor faz isso, ou digo a assistente social que o senhor faz atos um tanto “obscenos” durante a sessões de tratamento, e por isso, quer prolongá-las o máximo possível...

O homem sentiu-se incomodado com aquele raciocínio. Porém, ainda não havia terminado:

-ninguém precisa ter certeza de que estou dizendoa verdade. Mas o boato, e o fato de que sou “doente” já seria um tanto ruins para você e para sua carreira, não é? - finalizou o Bernard.

Chapman fechou a cara. Havia levado um xeque-mate sem ter feito qualquer jogada. Não dava para brincar com o garoto. Ele realmente parecia ter algum problema, mas que em nada o tornava um pobre coitado.

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