segunda-feira, 31 de maio de 2010

Culto e Grosso-Eu estou errado tanto quanto você!



Notei que estou errado desde a minha primeira idéia postada neste blog. Ao mesmo tempo estou certo desde a minha primeira idéia postada neste blog. Dualismo? Mais que isso meu caro. Apliquei o conceito ocidental de certo e de errado para você melhor compreender aonde quero chegar, mas estou certo, errado, estou no metade destes conceitos, e nenhum ponto exatamente. Quem está certo? Ninguém. E você está certo ao pensar.

Fatos não existem quando racionalizados, fatos existem quando eles ocorrem, e mesmo quando ocorrem, mesmo quando existem, eles são ficções, pois para se tornarem fatos alguém tem que ver, pelo menos no conceito teórico do negócio, e quando alguém vê, uma visão é formada, entende?

Tudo o que é formado, é construído, tudo o que entra em algum método de pensamento, automaticamente se agrega a muitos conceitos, idéias, opiniões, passado, genética, filosofias, crenças, explicações, místicas, mitologias, histórias, pensamentos, mentiras verdadeiras, verdades falsas, juramentos, regras, parâmetros, e o caralho a cinco (errei o dito popular? tem certeza?). Há sempre um fato na ficção, e há sempre uma ficção no fato.

Não escrevo isso tudo para você ficar louco achando que tudo é uma grande ilusão, muito menos para que você fique bravo achando que eu estou ofendendo a tua pessoa, não é isso. Só quero que você pense. Quero que você ao me ler não leve o que eu disse tão a sério a ponto de achar que eu tenho a completa razão, ou de achar que eu sou um babaca, escroto, que só sabe falar palavrões e ofender gratuitamente.

Meu propósito com esta coluna é passar as minhas idéias dentro de um estilo que escolhi para escrever. Não estou buscando ofender ninguém, desde que estes 'alguéns' que me lêem sejam capazes de entender que os meus xingamentos e ofensas gratuitas foram muito bem pensadas antes de serem pronunciadas, que nada aqui é falado só para eu parecer um rebelde sem causa, que eu tenho sim alguma pretensão com isso tudo, e que esta pretensão está longe de fazer você pensar que eu sou o dono da verdade.

Não estou buscando ofender estas pessoas, por mais que eu fale 'vai se fuder' apontando o dedo, eu acho que tens o direito de falar vai se fuder me apontando o dedo, e depois podemos discutir o assunto tomando um café. Quem pensa um pouco entende isso, já os outros... Bem, aí não adianta nada eu estar tentando explicar.

Na verdade, acabei de notar que este texto todo não tem sentido, pois estúpidos serão estúpidos sempre, por isso, vai se fuder Ismael, você fez pessoas inteligentes perderem seu tempo com uma defesa própria sem propósito.

Sem propósito? Pense nisso. Esta coluna não é uma defesa própria, e se você conseguiu entender isso, parabéns, você tem a capacidade de pensar, e espero que minhas palavras tenham feito você pensar nesta tua capacidade, e concordando comigo ou não daqui para a frente, espero que você continue usando ela.

A humanidade agradece, e eu agradeço se você trouxer questionamentos ou novas verdades para eu pensar, a caixa de comentários está aberta, críticas serão sempre muito bem vindas, inclusive discordâncias agressivas, desde que além de testosterona você tenha uma dieta rica em lecitina.

Ismael 'Fly' Al. Schonhorst

Cinema Livre - Central do Brasil: um retrato fiel dos brasileiros e seus sonhos



Na década de 90 a moral do cinema brasileiro estava em baixa. Nos primeiros anos da retomada cinematográfica, as produções eram poucas e o interesse do público no que era produzido em terras tupiniquins era quase inexistente.

Parecia que a coisa não ia mais pegar no tranco.

Eis que para levantar a nossa auto-estima surge Walter Salles e a sua magnífica obra Central do Brasil, levando mais de um milhão de pessoas aos cinemas, arrebatando prêmios ao redor do mundo e emocionando até aquele espectador mais durão.


Era o Brasil botando bronca no cinema mundial mais uma vez.
No festival de Berlim (um dos festivais de maior prestígio do cinema), Central do Brasil ganhou o Urso de Ouro de melhor filme e a grandiosa Fernanda Montenegro levou merecidamente o Urso de Prata de melhor atriz.

Central também ganhou o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro e ainda foi indicado ao Oscar nesta mesma categoria, perdendo para o também excelente, porém inferior na minha opinião, A Vida é Bela. Além disso, Fernanda Montenegro concorreu à estatueta dourada de melhor atriz, feito que nenhum outro intérprete brasileiro jamais alcançou antes ou depois.

Prova incontestável de sua esplêndida atuação, uma das melhores que já vi na tela. Como ela perdeu o prêmio para a atuação sonsa de Gwyneth Paltrow em Shakespeare Apaixonado ainda permanece como um dos maiores mistérios da humanidade.


Fernanda interpreta Dora, uma ex-professora de caráter duvidoso que ganha a vida escrevendo cartas para analfabetos na estação ferroviária Central do Brasil. Dora é a típica figura brasileira, sofrida e desiludida.

Josué, interpretado pelo jovem e excelente Vinícius de Oliveira (o garoto era engraxate e foi descoberto por Salles num teste de elenco) é um menino arredio, embrutecido, acostumado a desconfiar dos outros e que perde a mãe no início do filme, atropelada por um ônibus. Sozinhos no mundo, cada um à sua maneira, Dora e Josué terão os seus caminhos cruzados e iniciarão uma profunda amizade ao longo da viagem que farão Nordeste adentro em busca do pai do menino.

Junto com eles, vamos conhecer um pouco mais do nosso Brasil, as crenças, a cultura peculiar, o povo sofrido, o povo trabalhador. A câmera inteligente de Walter Salles atinge a harmonia entre panorâmicas que exploram a vastidão do interior do Brasil e closes que buscam as histórias pessoais de cada rosto.

O trabalho do excepcional diretor de fotografia Walter Carvalho e a belíssima música de Jaques Morelenbaum e Antonio Pinto são verdadeiros achados.


Mas é a transformação radical dos personagens ao longo do filme (mérito do roteiro de Marcos Bernstein e João Emanuel Carneiro) que mais impressiona, como a vida de cada pessoa pode ser afetada por quem menos se espera e como a fé e a esperança podem realmente guiar os passos de quem nunca desiste.

Walter Salles é um dos melhores diretores em atividade hoje no mundo. Aqui, em Central do Brasil, ele conseguiu extrair a alma do brasileiro e apresentá-la ao mundo inteiro.

De quebra, provou que o nosso cinema é incrivelmente talentoso e calou a boca de quem não acreditava nisso de uma ver por todas.

E fez tudo isso com a simplicidade de um gênio.

Central do Brasil (1998) – de Walter Salles
Assista ao trailer: http://www.youtube.com/watch?v=JSWgOhRjJmo

Gabriel Fonseca

sábado, 29 de maio de 2010

Cultura Suja - O Espírito da Época

Zeitgeist, na língua alemã, significa "espírito da época". Explanando melhor, é o estágio de evolução cultural em que o homem se encontra em determinada época. Este documentário independente foi lançado em 2007, causando frisson na midia e no público, como toda obra de arte que explicita teorias da conspiração. Basicamente, o filme é formado por 3 partes: a primeira diz que Jesus Cristo é uma mentira, a segunda diz que George Bush foi um nazista e a terceira diz que a midia é utilizada para manipular o povo em nome dos capitalistas do topo da cadeia alimentar estadunidense.



Ou seja, a idéia principal do documentário é: vivemos dentro de uma bolha de mentiras, somos emburrecidos pela lobotomia midiática comandada por uma elite que ganha dinheiro com intrigas e guerras. Na primeira (e melhor) parte do filme, vemos argumentos muito bem construídos acusando o homem de 2.000 anos atrás de ter criado um mito chamado Jesus Cristo, baseando-se em outros mitos anteriores de culturas como a persa e a egípcia. Todas as caracterísitcas místicas, tais como a morte e ressurreição em três dias, a dualidade formada por "bem" e "mal", os 12 apóstolos, a crucificação, o "andar" sobre as águas são remetidas a deuses mitológicos anteriores, que por sua vez foram criados com base na astrologia/astronomia.


Por exemplo, o nascimento de Cristo no dia 25 de dezembro representaria o nascimento do Sol. Mas o que tem a ver uma coisa com a outra? O Sol, se observado no período situado entre o solstício de inverno e o de verão do hemisfério Sul, entra num processo de visível declinação no horizonte celeste. Até que no dia 22 de dezembro (solstício de verão) ele deixa de "cair", ou seja, ele pára (morte de Jesus e de outros deuses). 3 dias depois, no dia 25, ele volta a "subir" (ressurreição de Cristo e de outros deuses). Indo além, os 3 reis magos da Bíblia e a estrela que seguiram para encontrar Jesus, seriam representações de 4 estrelas que se alinham apontando para o Sol neste período. E indo ainda mais além, durante a "morte" do Sol seria visível o Cruzeiro do Sul, dando origem ao episódio da crucificação.




Loucura, não? Depois dessa parte, seguem-se as outras 2 teorias. Sugere-se que os ataques do 11 de setembro foram planejados pelo próprio governo americano. O objetivo? Fortalecer um sentimento nacionalista através do surgimento de um inimigo comum (a entidade Osama Bin Laden) e suprimir liberdades do próprio povo americano. O meio? A "evangelização" promovida pela midia. Quem sai beneficiado com isso? Aqueles que não querem que você veja o documentário. Fechando o texto, indico "Zeitgeist" como obra obrigatória para quem gosta de um mal-feito. É pra ver, pesquisar e discutir tudo. Existe também a versão oposta, chamada "Zeitgeist Refutado", que contrapõe-se a todos os argumentos do original. Ambos você acha no Youtube. Pessoalmente, acredito que o filme seja uma reprodução bem exagerada da verdade. Cabe agora a você acatar ou refutar essa verdade.


Arthur Viggi

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Imagem Aqui - Dia Banksy



Um homem. Uma Mulher. Os dois juntos. 30 Homens e mulheres juntos. Enfim, quantos são Banksy? Ou quem é Banksy?

Banksy é hoje um dos mais valiosos artistas contemporâneos. Sua arte vai muito além das portas e paredes das galerias que glorificam artistas enganjados com o sistema do esteticamente belo, e do intelectualmente tosco. Sua obra não precisa de intermediários para ser entendida, e talvez seja por este motivo, que o artista seja tão duramente perseguido na mesma proporção em que é admirado.

Banksy trabalha com street art. Sua obra pode estar em qualquer lugar. Algumas de suas intervenções utilizam aspectos do próprio ambiente, o que complementa o sentido, e dá mais valor a genialidade do artista.


Suas principais técnicas são o graffiti e o stencil. Um dos pontos que chamam a atenção do trabalho é o acabamento final. Banksy pinta em muros, paredes e em locais públicos. Alguns de difícil acesso, e na maioria das vezes, se escondendo dos olhos vigilantes das autoridades. Mas ainda sim, em praticamente todos, consegue manter a fidelidade do traço, e a identidade da obra.


Banksy tem um marketing pessoal feroz, que faz parte da sua obra. Para este colunista, parece algo como um Salvador Dali moderno. A extravagância e hábitos nada convencionais praticados pelo pintor, são semelhantes a falta de informação e ao mistério que reina em torno da identidade de Banksy.


Não há fotos ou registros visuais da identidade do arstista urbano. É certo que, o que antes era utilizado para burlar a lei, hoje é utilizado como complememto de seu trabalho. E é possível especular que há uma estrutura montada para que poucas informações sejam divulgadas.


As imagens pintadas por Banksy são extremamente críticas, incidindo algumas vezes em instituições tradicionais reponsáveis pela lei e ordem. Mas em quase todas, um humor infantil é mesclado com uma sacada na mosca, que parece mostrar dois lados do ser humano: o cruel e o ingênuo.

Sua aversão a códigos morais pré-estabelecidos pelo sistema, e pelo conformismo também são é recorrente em suas pinturas. Figuras clássicas, comos os guardas Londrinos, e os exércitos são personagens sempre retratados. O choque de ordem promovido por guerras e governos é por vezes desmembrado, mostrando que por trás de tudo isso há pessoas: os políticos.


Na última semana, uma obra do artista, avaliada em mais de US$ 115 000 foi roubada da casa da casa da espetacular Kate Moss (essa acho que nem Banksy pinta igual).

O valor de sua obra tem crescido igualmente à sua fama. Muitos dos trabalhos acabaram entrando para a lista de virais mais vistos no mundo, o que aumentou a importância e o valor da arte. E consequentemente, instigou ainda mais a curiosidade de todos que acompanham Banksy.



Pegando carona nisso tudo, o cara fez mais. Há pouco tempo ele lançou seu próprio filme. Ainda não vi, (é falta de tempo, mas é claro quero eu vero ver, campeão) mas como a internet é terra de spoillers, uma coisa já foi dita. Se é a cara do Banksy que você está curioso para ver, esqueça. Ele não aparece.

Fique com mais algumas do cara:




























Assista ao trailer do Filme:



Acesse o site do Banksy e saiba mais:
http://www.banksy.co.uk/

*Todos os direitos são do artista e Ossujos não ganham nada com a reprodução das obras

terça-feira, 25 de maio de 2010

Culto e Grosso - Mais vale um na mão...


Sabe o que é uma putaria sem tamanho? Críticos. Numa instância maior, críticos em geral. Mas o meu recado hoje é para o crítico do cotidiano, sim, estou falando contigo, caro leitor.
Cansado do trabalho? Cansado da faculdade? Cansado de não fazer nada? YouTube é a solução. Que tal abrir um vídeo qualquer, e começar a criticar, pois claro, você não vai gostar de nada do que assiste lá, só tem gente estúpida gravando besteiras. Quem gosta de besteiras, não é mesmo?

Então você abre um blog, e começa a ler. Opiniões que não batem com a tua? Notícias sem sentido? Piada sem graça? Manda se fuder, você merece qualidade, certo?

Liga a rádio, só tem música ruim, bandas estúpidas. Liga a TV, só tem coisas ruins, programas estúpidos. Vai ler um livro. Opa, você não lê livros. Você quando algo impresso é pois te mandam, ou o jornal. Você lê o jornal, e só tem merda no jornal. É o político escroto. É a violência nas cidades. É a roupa feia que a atriz da moda usou.

Este mundo é horrível, horrível cara. A solução é suicídio, mas você não quer morrer, pois tem muita coisa por aí para criticar. Que tal melhor a internet gravando vídeos bacanas? Que tal escrever num blog? Que tal formar um gosto musical bom e comprar uns bons CD's? Que tal ir no cinema que não seja para ver o filme do momento (que provavelmente você já baixou da internet ou comprou pirata, e criticou a qualidade ruim do vídeo, ou que a legenda tinha falhas)?

Que tal começar a ler livros para melhorar as tuas referências? Que tal se informar sobre política antes de criticar a política? Que tal fazer algo para melhorar a situação da política do Brasil?
Não dá, você está cansado, pois aquele chefe, ah! aquele chefe, aquele escroto chefe, que me obriga a fazer... Pera lá! Te obriga? Pera lá! Tá cansado pois és obrigado a fazer este trabalho? És obrigado.

Quem leu até aqui e entendeu o que eu quero dizer, pode deixar de ler o resto do texto. Quem leu até aqui e acha que eu estou apoiando isso tudo, achando bonito, achando justo que você não faça nada em relação aos pontos que eu te questionei, vou resumir com uma frase que vai me tornar tão hipócrita quanto você, a diferença é que eu admito isso. Está preparado para a frase?

Você é um bosta sem atitude e tua vida não vale uma punhetinha de bolso. Uhn... Punhetinha. Disso tu não reclama, não é meu caro? Os bons tempos voltaram, vamos gozar outra vez! Entendeu agora?

Ismael 'Fly' Al. Schonhorst

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Cinema Livre-Assim Caminha a Humanidade: um épico inesquecível sobre gerações



Assim Caminha a Humanidade: um épico inesquecível sobre gerações
Em 1956 o diretor George Stevens fez aquele que talvez seja o seu maior filme: Assim Caminha a Humanidade, cujo título original “Giant” (Gigante) faz jus à obra em todos os sentidos.

Com quase 3 horas e meia de duração, Stevens nos transporta para um épico familiar que atravessa décadas sob o sol do Texas, lidando com temas variados como a transição dos Estados Unidos de país essencialmente agropecuário para petrolífero e tocando sem medo na ferida do preconceito (assunto incomum para a época).

Um típico drama adulto que Hollywood parece ter se esquecido de fazer. Sangue Negro de Paul Thomas Anderson conseguiu isso recentemente, com uma temática semelhante, mas isso já é outro assunto.


Na história, Bick Benedict (Rock Hudson, excelente) é um barão do gado texano que se casa com Leslie (Elizabeth Taylor) depois de conhecê-la ao negociar a compra de um cavalo com seu pai, também fazendeiro.

Leslie abandona a vida tranqüila que levava e parte para viver com Bick no escaldante Texas, mas os problemas começam quando a irmã de Bick deixa uma parte da propriedade da família para um ex-empregado seu, Jett Rink (o magnífico James Dean, que rouba o filme e faz aqui a melhor interpretação de sua curta, porém brilhante carreira – o jovem ator morreu tragicamente em um acidente de carro logo depois de concluir sua participação no filme).

Jett descobre petróleo em sua parte das terras e fica imensamente rico da noite para o dia, porém sua vida pessoal bem como a vida das pessoas ao seu redor mudará para sempre.

Assim Caminha a Humanidade é um clássico absoluto do cinema, George Stevens levou o Oscar de melhor diretor merecidamente, demonstrando sua habilidade em conduzir grandes histórias dramáticas, com um arco de tempo longo e bem definido, não perdendo a mão em nenhum instante, o que é um grande feito, haja vista a magnitude e a complexidade da trama e dos personagens. Stevens era diretor de verdade, o cinemão americano corria por suas veias.


As atuações aqui são um show à parte, o elenco está incrivelmente bem, o entrosamento entre Rock Hudson e Liz Taylor é perfeito, Dennis Hopper como um dos filhos do casal aparece aqui bem novinho, mas já demonstrando todo o seu talento como ator.

E claro, a já citada participação magnífica de James Dean – destaque para a cena em que ele recebe uma proposta de conotações duvidosas de seu antigo patrão (Hudson), tentando negociar a parte da terra que lhe foi confiada. Os gestos simples, os olhares, a maneira de andar que Dean cria para o personagem são memoráveis e tornam Jett Rink real, palpável, provando que a atenção aos detalhes define um bom ator.

A bela fotografia de William C. Mellor explora bem os desertos do Texas e as cores que compõem aquele universo tão particular – basta observar a cena em que Jett descobre um poço de petróleo – é como se um quadro estivesse sendo pintado bem na sua frente.

A música do sempre preciso Dimitri Tiomkin (o mesmo compositor da inesquecível trilha de Matar ou Morrer) é igualmente bela e compõe o filme perfeitamente.

Mas é graças ao excelente roteiro de Fred Guiol e Ivan Moffat (baseado em um romance de Edna Ferber) que tudo flui de maneira tão grandiosa, as gerações vão se passando e tudo é colocado de forma cuidadosa pelo roteiro, de maneira que você acaba se sentindo parte da família Benedict.



Assim Caminha a Humanidade é um clássico obrigatório para qualquer fã da sétima arte ou para qualquer pessoa que apenas queira ver uma boa história. Indispensável.

Assim Caminha a Humanidade (Giant, 1956) – de George Stevens
Assista ao trailer: http://www.youtube.com/watch?v=kMG_ipol-MI

Gabriel Fonseca

sábado, 22 de maio de 2010

Cultura Suja - O Astronauta de Marte

Vários personagens saídos de uma mesma face. Essa é a melhor definição de David Bowie. Lançado ao sucesso nos anos 60, o cantor iniciou uma promissora e heterogênea carreira, liderando o movimento "Glam Rock" inglês, que foi adaptado no Brasil pelos "Secos e Molhados". Indo muito além do âmbito musical, Bowie antecipou estilos e idéias transgressoras, se consolidando como um verdadeiro ícone pop e estético.



Durante toda a sua juventude usou alter-egos em cima dos palcos, sempre se servindo da androginia (mistura de características masculinas e femininas em um mesmo indivíduo) e das manifestações teatrais da própria bissexualidade. O principal personagem foi "Ziggy Stardust", encarnado logo no começo da carreira do cantor. A interpretação era tão real que parecia realmente uma pessoa diferente. Bowie dava entrevistas não como ele mesmo, mas como Ziggy, até o dia em que anunciou no palco (através de Ziggy) que não faria mais shows. Esse foi o fim da primeira fase, que rendeu um dos melhores albuns de rock já produzidos: "The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars".


A partir daí o cantor flertou com vários outros estilos, incluindo o Soul nos anos 70 e o Pop nos anos 80. Os albuns "Young Americans" e "Let's Dance" são, respectivamente, bons exemplos dessas duas fases. Fez também ótimas parcerias nesse período, lançando o sensacional hit "Under Pressure" junto com o Queen em 1981; e o hit "Dancing In The Sreet", junto com Mick Jagger, boa música que foi transformada em um dos cliples mais bregas que eu já vi. Participou ainda de filmes como "Fome de Viver", interpretando um vampiro com envelhecimento precoce num clima gótico e sensual; e "A Última Tentação de Cristo", polêmico filme de Martin Scorsese onde interpreta Pôncio Pilatos.

Uma outra boa indicação relacionada é o excelente "Velvet Goldmine", filme totalmente inspirado nas origens do movimento Glam e em David Bowie. Com boas músicas fictícias e belas atuações, você poderá entender o universo de criatividade e estímulo a experimentação sexual que começou na Inglaterra dos anos 60. E pra fechar o texto de hoje, indico a coletânea "Best of Bowie", album duplo com os maiores sucessos de todas as fases desse artista de outro mundo.


Link para download do "The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars"

Link para Download do "Best of Bowie"

Clipe de "Ashes To Ashes"


Arthur Viggi


quinta-feira, 20 de maio de 2010

Conto Sujos - Descarregando - Parte 3


Se você não está companhando este conto, dá uma olhada nas duas primeiras partes logo aqui em baixo. Se está, manda bala na última!

Seu olhar só foi alterado quando as primeiras palavras foram ditas por ela:

-nunca veio aqui, não é?

-sim.. ou melhor não, é a primeira vez – gaguejou e culpou-se por isso

-não é só a primeira vez que você está aqui, certo?

-o que você está querendo dizer? –tentou encorpar a voz, o que pareceu ridículo para a mulher

-nunca esteve com uma mulher antes. É sua primeira vez... – ela disse se insinuando

-claro que não, já estive com muitas mulheres - Tedd rebateu

-se você mentir, vai dificultar as coisas. Mentirosos aqui não costumam durar muito.

Tedd ficou sem ação. Sentiu-se envergonhado. Por um momento foi tomado por uma sensação de fracasso, pois por 16 anos, enquanto todos os seus amigos já furavam as garotas da escola, ele nunca tinha conseguido nada. Tinha sobrevivido a base de muita punheta. A mulher continuou o diálogo:

-não é só você que vem aqui nesta situação. Fique a vontade.

A mulher passou uma das mãos por entre as pernas de Tedd suavemente. No fim, apertou o pênis de Tedd, contraindo seu corpo contra o do garoto. Começou um lento movimento de cima para baixo, por cima da roupa. Continuou:

-sei que você tem feito muito isso durante todo esse tempo (simulava uma masturbação). Mas posso fazer isso por você,,,

Tedd surpreendeu-se. Mas repreendeu a mulher:

-não quero mais isso, por 16 anos foi assim

A mulher recostou seus lábios no rosto do garoto e disse:

- bom garoto. Agora que disse a verdade, posso fazer mais por você...

Tedd e a mulher subiram para um cômodo acima do local onde acontecia o coquetel.
Pensou em quanto tempo havia perdido com filmes e revistas. Sentiu-se mal por alguns instantes, mas logo viu que já tinha outras coisas para resolver.

Conto Sujos - Descarregando - Parte 2


Se você não está acompanhando este conto a primeira parte está logo aqui em baixo. Se está, manda bala na segunda!

Tedd pegou um whisk e se serviu. Não era algo que costumava beber com frequência. A primeira dose do 12 anos desceu suave. Seu olhar percorreu o salão, analisando as figuras em torno. Empresários, homens de negócios, homens de meia-idade, jovens. Todo tipo de gente, atrás do mesmo objetivo. Do outro lado do salão, uma mulher o observava. Uma morena alta o acertava com um olhar penetrante.

Seios fartos dentro de um vestido em dourado pouco chamativo, insistiam em pular para fora do decote. A linha da cintura fina não era capaz de ocultar o traseiro pomposo. A gravidade agiu pouco ali. Ou melhor, ela parecia a própria negação das leis físicas. Tedd sentiu um calafrio. Desviou o olhar, enquanto algo na sua calça ganhava volume, e transformava-se em algo difícil de ser disfarçado.

Encheu o copo novamente, e repetiu o movimento de cabeça. Seu olhar se cruzou novamente com o da mulher. Engasgou. O whiski já não descia mais da mesma forma. Tinha que fazer algo. Não sabia o quê. Suor frio. Nervosismo. Não foi preciso que tomasse qualquer atitute. A mulher completou o copo com vodka e começou a se mover lentamente na direção de Tedd. Desviou de alguns convidados no meio do salão. Seu corpo vinha como em um bailar envolvente.

O batom vermelho em contraste com a pele branca ganhara destaque na luz clara do meio do hall. Seu olhar mantinha-se firme em Tedd. Ele continuava a suar, enquanto tentava planejar algo para dizer. Não houve tempo. A mulher já estava a pouco mais de meio metro de seu corpo.

Por um instante ela parou, deu um último gole no copo de vodka, envergou seu corpo na frente de Tedd, colocando o copo vazio em cima da mesa. Seu ombro, descoberto pelo vestido tocou o rosto do garoto. Ele sentiu um perfume forte. O decote de seu vestido chamou atenção. Com os olhos, comeu o colo quase que nu, sem qualquer pudor. Mal percebeu que todo aquele movimento já havia terminado e agora a mulher o observava.

continua...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Conto Sujos - Descarregando - Parte 1


Havia muitos lugares que um jovem poderia ir na noite de Big City. Principalmente se estivesse procurando compania para passar a fria madrugada da cidade. Além dos cassinos, tradicionalmente conhecidos pelas bebedeiras sem fim, haviam as boates e clubes noturnos. Porém, o que Tedd queria não seria encontrado em nenhum desses lugares.

Tinha que descarregar 16 anos de punhetas e filme pornô de segunda. Havia juntado o dinheiro suado para pegar a melhor da noite. E não poupou. Pegou o táxi e foi ao Dickmans, na área norte da cidade. O Dickmans era tradicionalmente conhecido por ter as melhores acompanhantes da cidade.

Era assim que deveriam ser chamadas. Os que se metiam a engraçadinhos eram colocados para fora do lugar. O local funcionava com um esquema de coquetel. Pagando a entrada, o cliente poderia desfrutar de tudo. Ou quase tudo. Exceto as mulheres. Nenhuma era obrigada a se deitar com que não quisesse, mas a fama do lugar era tão grande, e as mulheres eram tão fenomenais, que até os que nada conseguiam não ousavam falar mal da casa.

Quando Tedd desceu na porta do clube, teve receio do que estava fazendo. Não sabia ao certo se gastar todo aquele dinheiro ali, em um lugar que poderia não dar retorno algum, seria a melhor alternativa. Mas logo que cruzou a porta do clube, não teve dúvidas. Mulheres que ele nunca havia visto em Big City desfilavam de um lado ao outro. Lindas.

Algumas trajes de festa. Outras com roupas mais descoladas. Ao mesmo tempo que deslumbrou-se com o ambiente, não soube o que fazer. Resolveu pegar uma bebida para tentar relaxar e decidir o que fazer.

continua...

terça-feira, 18 de maio de 2010

Sujos Factual - Youtube 5 anos



Pode ter passado despercebido, mas o Youtube completou cinco anos. Não sei se para vocês leitores dos Sujos o impacto desta tecnologia tenha sido tão grande quanto foi para este escriba.

A tecnologia de streaming de vídeo em um plataforma universal foi algo que mudou drasticamente a relação entre o espectador e o meio de produção. Além da interação direta por meio dos comentários, a audiência pode se ver como produtora de conteúdo, na medida em que você mesmo poderia se associar à uma conta Google e postar seus vídeos.



Com isso, a noção de direitos autoriais foi drasticamente modificada. Eu, na minha humilde residência, poderia editar o novo clip do U2, ou produzir uma versão modificada de um clássico das telonas. E depois disponibilizá-la, em escala global, correndo o risco de acordar como sub-celebridade do mundo midiático.

A tecnologia Youtube consolidou um novo modos operanti, que veio acompanhado de outras importantes ferramentas da web 2.0. Sim, cito estas ferramentas como web 2.0 pois ao me ver é neste exato momento que estamos vivendo, beirando mais uma copa do mundo (nosso time vai de Doni, Gilberto e Grafite. Que porrada hein meu amigo?), no meio de uma intensa transição tecnológica que suas funcionalidades parecem atingir o maior grau de usabilidade.

O youtube foge ao esquema “programação, grade”. Blogs produzem informações com caráter independente. Redes sociais conectam pessoas. Messengers são ferramentas de trabalho.

Mesmo que ainda não tão lucrativo, o Youtube definitivamente já marca uma época.



Selecionei alguns dos meus clássicos do Youtube. E você, também tem algum?

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Imagem Suja-The Big Picture


Uma boa pedida é o site The Big Picture. Todos os dias, as principais notícias do mundo são publicadas em imagens de altíssima definição, com qualidade estética inquestionável. Vale conferir. Algumas amostras estão aqui em baixo:






confira mais aqui:
http://www.boston.com/bigpicture/

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