terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Contos Sujos - Jogando Bosta - Parte 1


A livraria De Marco era o principal ponto de encontro de poetas e escritores de Big City. Apesar de ficar bem no centro cidade, estava longe dos clubes e boates que movimentavam a noite na cidade. Era o lugar ideal para os sarais e clubes de leitura que fervilhavam a cena cult.

Na calma rua, ainda funcionavam uma pequena mercearia e um bar, o Mecahn, de clima não muito familiar, que ficava praticamente em frente a livraria. Se não fosse pelo bar, que tinha um público que não era em nada ortodoxo, à área teria tranqüilidade absoluta.

O Mecahn abria cedo. Todo tipo de gente passava ali. Na parte da manhã, trabalhadores que tomavam uma ou duas doses de conhaque de qualidade duvidosa para agüentar o tranco do dia. À tarde alguns comiam algo, apesar da culinária da casa ser deprimente. Logo depois do horário de almoço chegavam aqueles que durariam o restante da tarde, e por vezes, até a noite inteira. No meio da tarde, um outro grupo se encontrava ali. Eram os “cadeira cativa”.

Passavam a tarde bebendo, fumando e jogando bilhar. E no fim do dia, chegavam os últimos na composição. Eram os chamados poetas sujos, um grupo relegado ao anonimato das ruas, e que se encontrava no bar para confrontar com os poetas da linhagem da livraria.

Ao contrário da erudição e do belo, os poetas sujos tratavam das ruas, do movimento contracultural e da arte contemporânea, coisa que parecia absurda ao grupo rival, influente nos principais veículos especializados da cidade.

Morgan Bartch, com seus versos melódicos e o oriental Lee Katsu, com as traduções de mantras e cânticos budistas eram os líderes do movimento da livraria. Ambos escreviam no City Post, e no portal Poetry, principais jornal e portal da cidade respectivamente.

Na reunião que acontecia na livraria eles discutiam junto com o restante do grupo a crítica publicada no dia anterior, assinada por Morgan e Lee ao movimento sujo. Morgan comandava a discussão:

-há arte no que eles fazem? Talvez. Mas arte não é dúvida. Ou você sente ou não. E não sinto, por mais que me esforce, qualquer tipo de arte vindo de textos que falam sobre bebedeiras, heroína e vulgaridades...

Lee forçava a conversa:

-Morgan, seja sincero, não tente amenizar a situação. Aquilo não se pode chamar de arte em lugar nenhum. É uma grande porcaria junta, escrita por bêbados que se proclamam poetas.

A discussão seguia quente. Um dos sujos especificamente foi o mais criticado: Byron Bilbane

Continua...

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