quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Contos Sujos-Jogando Bosta-parte 2


Se você não está acompanhando este conto, a primeira parte está aqui em baixo. Se está, manda bala na segunda.

Byron Bilbane chegou ao Mecahn pouco depois das duas da tarde. Tinha sede. Caminhou para o balcão, e acendeu seu cigarro de filtro vermelho. Melvin, o garçon, estava de costas e nem percebeu que Byron estava ali. Começou pedindo um drink, e iniciou o diálogo:

-Melvin, um drink por favor – o garçon se virou, surpreso.

-Byron tão cedo no Mecahn. Isso não me parece bom... - respondeu o garçon.

-Não enche. Traz uma dose de conhaque. O mais barato, consequentemente o pior...

-Aconteceu algo?-enquanto servia a dose, perguntou com seriedade

Byron olhou com fúria. Melvin nunca tinha visto aquele olhar, por mais que o poeta estivesse chapado de ácido ou bebida.

-você leu a porra da coluna do jornal essa semana?

Melvin nem imaginava do que ele estava falando, mas mesmo assim explorou a conversa:

-não. Mas qual o problema com a coluna?

-aquele esquisito, e o japonês capanga dele me espinafraram no jornal. Disseram que minha arte é uma merda. Limpei a bunda com o jornal deles hoje de manhã... – já bebia o conhaque e fazia uma cara horrível a cada gole.

- relaxa Byron. Deixe sua bolsa aqui comigo, e vai lá pra sua mesa tomar seu conhaque.

Byron carregava uma bolsa. O movimento de Melvin para pegar o objeto foi interceptado e seguido de um gesto negativo feito pelo dedo do peta. Byron pegou a bolsa, o conhaque e foi até a sua mesa. Acomodou-se no fundo do bar, onde costumava ficar com os outros. Porém, desta vez, estava sozinho. E ali ficou durante toda tarde e o início da noite, bebendo e bebendo seguidas doses, hora de conhaque, hora de qualquer outra porcaria que Melvin preparasse.

O Mecahn foi enchendo devagar, conforme a noite foi chegando. A embriaguez de Byron seguia no mesmo ritmo. Quando os outros poetas chegaram, já encontraram Byron em um estado deprimente. Além de bêbado como um gambá, um cheiro horrível circulava no ambiente, o que dava a impressão de que o poeta havia perdido o controle sobre suas funções fisiológicas. Em pouco tempo, os sujos saberiam que cheiro era aquele.

continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...