quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Contos Sujos - Confusão - Parte 2


Se você não está acompanhando este Conto Sujo, a primeira parte está logo aqui em baixo. Se está, manda bala na segunda!

Tony desceu a Central Avenue com pressa. Queria chegar logo em casa e tirar a sua roupa suja, dar seus tradicionais berros, e chutar sua velha geladeira. O diálogo com Alfred foi rasteiro:

-cerveja Alfred. Uma caixa.

-Claro Tony, está aqui - pagou, embrulhou em um saco sem identificação, e saiu rapidamente. Quando cruzou a porta, viu uma figura descendo rapidamente a rua, com um blusão surrado, cobrindo o rosto com uma toca. Não teve dúvidas, era Cat. Sem pensar, soltou um berro:

-Cat, Cat! - só percebeu o que havia feito quando viu o olhar do traficante vindo em sua direção do outro lado da rua. Sua expressão era uma mescla de pavor e raiva. Mesmo assim atravessou a rua correndo, e foi em direção ao sujeito que tentava de alguma maneira ficar o mais longe possível da calçada. Iniciaram um diálogo:

-qual é a sua? O que deu em você?-perguntou Cat aos gritos e gesticulando muito.

-quero mais daquela coisa que você me vendeu outro dia. Você disse que era forte. E realmente era, tive um sonho com.... – Cat o interrompeu.

-ei, ei não quero saber com o que você sonhou. Vá contar isso para os seus amigos – terminou o traficante.

-eu quero mais. Quero o dobro.

Cat puxou Tony e falou no pé do ouvido.
-Tenho algo, não muito longe daqui. Mas não é muito. Os caras do Baker estão fazendo ronda na área e batendo em qualquer um que tente melar o negócio deles. Mas acho que posso te ajudar.

Desceram a rua sem conversar. O lugar onde Cat guardava seu produto ficava a pouco mais de 500 metros de onde estavam. Mesmo assim, o embrulho que Tony carregava parecia pesar a cada metro que avançavam.

Chegaram a escadaria de um prédio velho, na esquina da rua. Perto dali, um grupo de jovens terminava de beber uma velha garrafa de conhaque, e dava gargalhadas chutando gato que se arrastava e insistia em rodeá-los. Cat se virou para Tony, e já subindo a velha escadaria, sussurou:

-vou lá em cima. Me espere aqui. É bom que ninguém me veja entrando com você aqui.

Continua...

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