sábado, 6 de março de 2010

Cultura Suja - O Gênio dos Velhos Tempos Modernos

O nome “Charles Chaplin” é como “Beatles”: está tão entranhado na história da arte que, mesmo quem não entende do assunto já ouviu falar. Chaplin foi o típico exemplo de artista cuja carreira de sucesso resultou da combinação de talento com oportunidade. Saído de uma humilde família inglesa, o jovem artista imigrou para os Estados Unidos para tentar a sorte como ator, no princípio do século XX. Foi na ascendente Hollywood que iniciou nas telas, posteriormente se tornando um verdadeiro faz-tudo: estrelava, dirigia, produzia e até compunha a trilha sonora de seus filmes. Isso se deve ao contrato que Charlie firmou com a indústria, detendo total controle sobre o processo criativo das obras.




Sempre com uma visão crítica, Chaplin imprimia em seus filmes diferentes contextos históricos. “Tempos Modernos” é um filme que denuncia o Fordismo e a “maquinização” do homem. Vale a pena conferir. Mas suas melhores obras são “O Grande Ditador”, que trata do Nazismo de forma irreverente e ridiculariza Adolf Hitler, e “Luzes da Cidade”, uma crônica urbana que envolve uma jovem cega e o atrapalhado “Carlitos”, ou “Vagabundo”, personagem quase onipresente na filmografia de Chaplin. Tem também “Em Busca do Ouro”, filme que satiriza a corrida do ouro de 1898; “Luzes da Ribalta”, excelente filme que fala sobre um comediante alcoólatra que, ao ajudar uma jovem que tenta o suicídio, acaba encontrando nela forças para reerguer a própria carreira; e “O Garoto”, um dos primeiros filmes, que narra a ocasião em que o Vagabundo adota uma criança abandonada no subúrbio. Quase todos os filmes de Chaplin apresentam uma forte carga emocional, coisa difícil de ver hoje. Ao vê-los você cria uma conexão com a obra, se identificando com os personagens ou com seus ideais.


Devido a seu posicionamento esquerdista, Chaplin foi acusado de ser comunista na era do Macarthismo, e então durante uma “breve” viagem ao Reino Unido, teve seu visto revogado. A partir daí Charlie permaneceu na Europa, fixando residência na Suíça até sua morte, tendo retornado aos EUA somente para receber o Oscar honorário pelo conjunto de sua obra, em 1972.

Sua vida pessoal foi bastante controversa. Teve várias mulheres, todas bem mais jovens, e com elas 11 filhos. Há vários relatos de que por trás da máscara de seu personagem havia um homem triste, sem humor e com poucos amigos. Seja como for, o legado que o artista deixou foi de alegria e esperança em tempos modernos onde as guerras, a fome, a pobreza e o genocídio prevaleciam.

Charles Chaplin faleceu no Natal de 1977, aos 88 anos. Seu corpo foi enterrado em Vaud, na Suíça.

http://www.youtube.com/watch?v=zskO9O3hF78


Arthur Viggi

Um comentário:

  1. Gosto muito dos filmes do Chaplin. Realmente, ele é um gênio dos velhos tempos modernos, um excelente crítico de época.

    Boa postagem!

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