terça-feira, 3 de novembro de 2009
Contos Sujos-Império Genital-Parte 1
Tony chegou em casa com sede. Queria beber algo com urgência. O momento do porre para ele era quase que um ritual que seguia alguns passos básicos.
Tirar o sujo uniforme da usina. Trocar as calças sujas de carvão, pelo short rasgado e sujo que conservava rigorosamente a sujeira acumulada de cada dia de trabalho. Dar um berro que incomodava propositalmente toda a vizinhança. E finalmente, abrir a geladeira na base dos murros e pontapés. O barulho que a última etapa fazia era ainda maior, pois Tony chingava e chingava a velha geladeira com palavrões dos mais diversos.
-abre filha da puta, me dá a porcaria da cerveja, eu vou quebrar você inteira! – enquanto falava, chutava.
O passo seguinte variava. Seus porres, além de cerveja, acompanhavam todo tipo de substâncias. Tinha preferência por sintéticos, e nesta noite iria experimentar uma nova, vinda do subúrbio da cidade. O vendedor, conhecido apenas por “Cat” foi quem alertou para a potência do produto:
-cara, manda só metade do tablete pra dentro. A onda disso é muito forte.
Tony já havia usado quase tudo. E da mesma forma não se assustava mais com este tipo de alerta. Por isso mesmo, na terceira cerveja, abriu a embalagem, olhou para o produto e pensou:
-quero ver o que você vai fazer comigo hoje, neném.
Com um único movimento jogou a pastilha inteira para dentro da boca. Colocou Quantic para tocar na vitrola. Sentiu a onda chegar lentamente. E lentamente pegou no sono.
continua...
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