quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Contos Sujos - Amigão - Parte 3


Se você não está acompanhando este conto, as duas partes estão longo aqui em baixo. Se está acompanhando, manda bala na última parte!

Não havia clima de festa. Todos estavam com cara de enterro. A música não agradava. A bebida estava quente. Os salgados duros e salgados. Mas David insistia em fazer com que o evento fosse um sucesso, falando e falando das suas conquistas e de seus feitos. Alguns o rodeavam, e batiam palminhas a cada história. Outros olhavam desconfiados. E os que não estavam em nenhum dos dois grupos, mantinham uma cara tão amarrada que chegava a assustar.

Entre eles estava Marc, furioso com a situação. Olhando para a cena que se desenrolava no centro da sala, ele tinha náuseas. Por um momento seu olhar se cruzou com o do gordo que havia questionado o porque daquela festa. Tentou ignorar, mas percebeu que o sujeito fazia gestos. Queria levar um lero particular com ele. Marc, apesar de reticente, se dirigiu a cozinha, onde não havia ninguém. O gordo foi atrás, e chegou pouco depois. De costas para o sujeito, tentando achar algo na geladeira que estivesse gelado, escutou o que ele tinha a dizer:

-sei que você não gosta dele - disse o homem.

Marc se fez de desentendido, e respondeu.

-do que você está falando?

O gordo foi duro nas palavras, como se falasse com confiança:

-sei que não gosta do pavão. Já percebi, não precisa disfarçar – Marc já havia se virado e estava de frente para o homem, agora tomando uma cerveja. Ela estava quente. – essa festa não foi idéia sua.

-não foi... e isso com certeza não é uma festa – a resposta de Marc veio rasteira.

O gordo continuou insinuando:

-podemos transformar isso numa festa de verdade. Tenho uma coisa aqui que faz freira virar boneca – enquanto falava, retirou de dentro do bolso da calça um vidro com um líquido escuro – basta uma gotinha, que a coisa esquenta. Vou colocar isso no copo do pavão. Você acha que pode dar merda?

-não consigo imaginar uma merda maior do que essa cerveja quente...

Foi o sinal que o gordo precisava. Da mesma forma que saiu, voltou para a sala. Sem que ninguém reparasse, posicionou-se na frente do copo de David e pingou o líquido, que desceu generosamente pela garganta do dono da casa. Em poucos instantes ele já dançava em cima da mesa, semi-nu, como um gôgo-boy. Sua cueca tinha um alvo na bunda.
Marc viu a cena de longe. Cruzou mais um olhar com o gordo e pensou:

“tenho que arranjar um gato novo com muita urgência"

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