sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Sujos Factual-O Futebol deve fazer política? O Futebol tem o dever de ser político


Faltei por três vezes em escrever aqui na coluna, pela minha fuga total dos calendários, noticiários. Aquele coma sintomático de fim de ano, da cama pra mesa, da mesa pro sofá, do sofá pra cama. Desculpem-me as falhas, não acontecerá novamente.

“NOTA: escrevi o texto a seguir antes do bárbaro atentado contra a seleção de Togo. Quando resolvo elogiar e eleger possíveis heróis, eles são covardemente emboscados por monstros escondidos em bandeiras ultranacionalistas(não há tribo defendendo história, não há nada de tribal e cultural em assassinos com armamento de guerra)”

A manda-chuva do futebol mundial, Srª Fifa, conta com 210 de países associados, esse número dito assim, levianamente, pode parecer relevante, porém, fazendo um comparativo com o número de países associados à ONU, nós temos a dimensão do poder que bola esporte pode exercer sobre a bola planeta.


Sem exageros podemos considerar uma Copa do Mundo o antônimo perfeito de uma Guerra Mundial.

Ronaldos, Pelé, Zidane, Maradona, Zico, Backbauer, Roger Mila, Hagi, Histo Stoistcovi. Em cada língua um embaixador, mas falta um trabalho sério para explorar positivamente essa influência.


Longe de negar o sonho, de destruir a mística do ídolo esportivo.
O futebol deve alimentar o sonho saudável de todo garoto (ou garota, efeito Marta) mas ao buscar o caminho dos gramados, deveria receber a formação do cidadão. – como acontece nas artes marciais. Os praticantes de Judô, Taekwondo cedo aprendem o respeito hierárquico aos mestres, o respeito entre os iguais e o respeito cidadão aos leigos na arte.

Já no futebol, a hierarquia não tem grande, a disciplina é rara, o mundo do futebol é cheio da malandragem negativa e faz escola.
A realidade do futebol é para poucos, e atualmente os garotos que não passam nas peneiras, se vêem, diante uma vida real dura para quem não tem nenhum preparo.

As altas cifras causam essa exploração de meninos que sem estudo e sem trabalho só encontrarão uma porta aberta, a do crime.


O futebol tem em suas mãos um grande potencial de mudança, explorado timidamente como o exemplo dos inúmeros projetos sociais movidos por jogadores consagrados.
Mas por mais louvável que sejam tais atitudes, elas ficam pequenas diante de outras realmente grandiosas, como a de Didier Drogba que investiu 3 milhões de euros na construção de um hospital para Costa do Marfim.

O futebol tem o dever de se comprometer com mais firmeza com as causas sociais, em especial à educação, que é tão absurdamente desassociada da prática esportiva.



O homem-gol é a maior referência da juventude se formos analisar todas as classes sociais, mas infelizmente é uma referência vazia. Jovens espelhados em reflexos vazios, serão em essência nosso futuro vazio.

João Ninguém

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