quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Contos Sujos - Passado - Parte 3


Para quem não está acompanhando este conto, as duas primeiras partes estão logo aqui em baixo. Se você está, manda bala na última!

Depois de voltar para sua sala, Jane continuou fixada no trabalho. O dia já se extendia, e entrava noite a dentro. No escritório, seguia elaborando e elaborando relatórios, quando escutou alguém batendo na porta. Já eram pouco mais de oito horas da noite. Todos, teoricamente já haviam ido embora.

Não teve um bom pressentimento sobre aquilo. Caminhou até a porta, e a abriu. Mesmo com a escuridão que tomava o ambiente do lado de fora, não teve dificuldades para identificar a pessoa. Era seu superior imediato, o Sr. Millen. Sentiu-se aflita ao perceber que estavam sozinhos ali.

O Sr. Millen não tinha em nada uma boa fama na empresa. Era conhecido pelas noitadas em clubes e boates da cidade, e por seus porres homéricos. Havia se separado de sua esposa depois de tomar um porre que durara um final de semana inteiro. A mulher, indignada com o sujeito, saiu de casa.

O homem então trocou as chaves de todas as portas, e jogou tudo o que a ela pertencia na rua. Rasgou roupas. Queimou pertences. E depois sentou em sua poltrona e prolongou o porre por mais uma semana. O boato crescente era o de que agora soteiro, estivesse ainda mais deselegante do que antes.

Mesmo casado, insistia com cantadas e carícias com as poucas funcionárias da usina. Porém, com Jane, nunca havia feito qualquer tipo de insinuação. Mas desta vez parecia ser diferente:

-vi a luz de sua sala acesa, resolvi passar aqui para ver se estava tudo bem – enquanto o homem dizia, forçava a passagem.
-o senhor sabe que costumo trabalhar até mais tarde-Jane tentava bloquear a porta sem sucesso. Millen já havia entrado.
-claro que sei... é por isso que vim aqui. Não queria ver você, sempre assim trabalhando tanto. Acho que podemos fazer algo para melhorar isso...- enquanto falava, aproximou-se muito de Jane, que a esta altura já estava sentada no computador. Esticou uma de suas mãos e tocou-lhe o ombro, ameaçando apalpá-la.

Jane sentiu um calafrio. A raiva subiu-lhe pelo corpo. Sentiu o tom sacana das palavras de seu chefe e não teve dúvidas sobre o jogo sexual e hierárquico que se desenvolvia. Tentou controlar-se, dizendo poucas palavras:

-senhor, tenho muito trabalho para ser feito.
-Não se preocupe, eu posso dar um jeito nisso-disse o homem

A mão do homem desceu até os seios de Jane, apertando-os grosseiramente. Ela movimentou-se de forma tão lenta quanto seu oponente. Levantou-se da cadeira delicadamente. Olhou fixamente nos olhos de Millen, aproximou suas mãos da calça do homem e baixou seu zíper lentamente.

O homem fechou os olhos, de forma triunfante. Com um movimento rápido e suave, Jane movimentou sua perna. Um chute seco e silêncioso. Com violência, golpeou as genitais do homem. O que seria prazer, se transformou em dor rapidamente. Millen não esboçou reação. Caiu no chão, se contorcendo. Jane olhou a cena sem piedade alguma. Juntou suas coisas, suspirou e disse para o sujeito caído:

-o senhor tem razão. Já é hora de ir embora. Por hoje, chega.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...