quinta-feira, 1 de abril de 2010

Conto Sujos - Melodias - Parte 2


Se você não está acompanhando este conto a primeira parte está logo aqui em baixo. Se está, manda bala na segunda!

Quando Lancy entrou no Acústic carregando seu violão, uma fila já se formava. O lugar estava realmente cheio. Todo tipo de pessoa. Não teve dúvidas que era ali que devia ir. Tinha algo a apresentar hoje. Um grande show. Foi até a fila, e conversou com o sujeito que organizava tudo.

-gostaria de me apresentar hoje. – disse vacilante
-claro, coloque seu nome aqui.

Lancy assinou a lista, e colocou uma breve descrição de seu número: uma apresentação de violão e voz de folk com “Gran Finale”. O homem estranhou, mas estava acostumado a todo tipo de bizarrice. Disse apenas o necessário para Lancy:

-você se apresenta depois do Ludy Boy. Será por volta das duas da manhã...
-ok. Por favor, traga pra mim uma cowboy duplo do melhor da casa...

Lancy disse, enquanto olhava a lista das apresentações.

Sentou-se em uma mesa vazia, no fundo da casa. Uma a uma as apresentações foram acontecendo. Lara, uma linda estudante de poesia contemporânea recitou alguns versos.
Eddie Bucker, leu alguns trechos da obra de Bukowski enquanto derrubava uma garrafa de conhaque da pior qualidade.

Marchal e Megan dançaram músicas tradicionais, mas de forma bizarra. Louie Begazza materializou a tristeza de Hemingway, mesmo que poucos tenham conseguido entender. Equanto isso, Lancy partia para a sua décima dose de whisky. Era a vez de Ludy Boy.

O garoto subiu no palco sem olhar para a platéia. Apenas de roupão, uma luz concentrou-se no meio do palco. Ele sentou-se em uma cadeira, curvando-se. Lentamente levantou, enquanto uma música dava o tom da apresentação. Suspense. Em um rápido movimento, ele abriu o roupão.

A luz iluminou seu corpo. Feridas tomavam-lhe a pele. Seu corpo estava nu. Magro. Alguma doença grave estava em trânsito. A casa sem reação. Todos parados. Sangue escorreu. Ou algo misturado ao sangue. Era o retrato da decadência humana. A forma reduzida do indivíduo. A casa dividiu-se em aplausos e silêncio.Agora era a vez de Lancy. Byron o anunciou:

-agora, um número de voz e violão. Ele está se juntando a nós hoje. Vamos Lancy...

conheça mais sobre Byron Bilbane
Continua...

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