O outro filme trata-se de “Distrito 9”, de Neil Blomkamp. Metaforicamente, a obra faz referência ao apartheid através de alienígenas que chegam a Terra, e não tendo como voltar, são confinados em um território restrito, recebendo um tratamento descriminatório. Ótimo filme, por sinal; uma ficção científica com formato de documentário e ainda com um pano de fundo político.
A protagonização de Nelson Mandela como herói nos cinemas é algo que nos deixa orgulhosos. É o tipo de coisa que te faz pensar que afinal o mundo não é um lugar tão ruim assim. O reconhecimento e o sucesso de astros como Morgan Freeman, Will Smith e Denzel Washington e políticos como Barack Obama parecem afastar a idéia de apartheid social atualmente. Enquanto em 1915 foi produzido o filme “O Nascimento de uma Nação”, glorificando a segregação e incentivando o reaparecimento da Ku Klux Klan, hoje em dia atores negros ganham o Oscar, como na noite em que Denzel Washington e Halle Berry levaram a estatuteta, junto com o prêmio honorário dado a Sidney Poitier.
Conquistas como essas devem ser repetidas em outros campos. Fora de Hollywood, a realidade não é tão animadora. Se por um lado não temos mais tanto preconceito racial, socialmente e economicamente a situação ainda pode melhorar muito. A educação de qualidade é prioridade. E não é com o sistema de cotas que isso vai se resolver, primeiramente porque a classificação de “negro” ou “branco” é muito subjetiva, principalmente no Brasil. De qualquer forma, os nossos antepassados negros ficariam felizes em ver que a luta gerou resultados que eles sequer sonharam. Mas o sonho não acabou.
Arthur Viggi
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