quarta-feira, 21 de abril de 2010

Cultura Suja - O Saber Incalculável

A Coluna Cultura Suja abre fora de hora para fazer uma homenagem.

O maior legado que alguém pode deixar é a lembrança. As vezes nos perguntamos qual é a nossa função na Terra. Acredito que lutar por alguma coisa que faça sentido, ou lutar na busca por um sentido é o instinto que nos mantém esperançosos. O valor da lembrança é muito maior que o valor da riqueza. Pessoas muito queridas que perdemos são a prova de que se você se entrega a um determinado propósito e se dedica a este mesmo, está deixando um legado não material e misterioso que ao mesmo tempo alegra e entristece os herdeiros, devido ao buraco imensurável da saudade.

As vezes nos perguntamos o que será de nós quando chegar a nossa hora, mas não perguntamos o que será de nós quando chegar a hora do próximo. Nos prendemos tanto a vida que não conseguimos enxergar a beleza dos que nos acompanham e a falta que essas pessoas fazem. Quando perdemos tais pessoas, temos aquela sensação de que aconteceu cedo demais e que devíamos ter sido mais afáveis ou ter nos alegrado mais com a simples presença delas.

É impressionante como a vida pode ser tão longa e ao mesmo tempo tão breve. Quando vemos uma pessoa trabalhando e se dedicando ao máximo ao seu propósito, nunca nos passa pela cabeça que tudo pode acabar em poucos segundos. A vida é assim: ingrata, insolente, sem sentido e sofrida. Ao mesmo tempo, é maravilhosa, bela, sorridente e gratificante. No final tudo se resume ao seu legado. Dizem os céticos que a função dos seres humanos é se manter como espécie. Mas isso esta dentro do mensurável.

O imensurável é na minha opinião muito mais importante. Quando se lembra de uma pessoa querida que foi embora, passa-se um filme na cabeça. Os gestos, as piadas e os bons momentos não podem ser traduzidos em linguagem matemática, como também não podem ser comprados. Mas eles podem ser transmitidos. O imensurável é repassado de geração a geração, seguindo o caminho dos antepassados que nos deram a luz.

Em memória de Prof. Simone, pelos anos prestados a vida e a educação

Arthur Viggi

Um comentário:

  1. Arthur, não conheci a professora Simone... mas mesmo assim seu texto me emocionou profundamente. Parabéns e que Deus guarde a alma desta mulher em bom lugar.

    Abraços,

    Gabriel

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