quarta-feira, 14 de abril de 2010

Contos Sujos-Arma-Parte 1


A escuridão tomava todo o apartamento. Sony havia ficado boa parte do dia com todas as janelas e cortinas fechadas. O ar estava pesado. Denso. Um cinzeiro acumulava cigarros que foram tragados durante todo o dia. Havia uma pilha deles. O restante do flat estava completamente desarrumado.

Parecia que alguém tinha entrado ali e procurado algo. Roupas cobriam todo o chão. Móveis estavam fora do lugar. Gavetas reviradas. Móveis arrastados. Tudo completamente desfigurado.

Na sala, Sony continuava acendendo cigarros. Tragava lentamente. Calculadamente, espalhava mais fumaça por tudo. Só de cueca, tentando encontrar uma posição confortável em cima da sofá, continuava seu ritual.

Poucas horas antes, suas suspeitas haviam sido confirmadas. Pouco depois que Lynn, sua namorada, saiu do apartamento pela manhã, Sony vestiu e a seguiu. Sem que ela percebesse, caminhou pelas ruas de Big City atrás dela.

Durante o caminho, Lynn parou duas vezes. A primeira para comprar um copo de café, em uma cafeteria na avenida central de BC. A segunda para acender um cigarro. Não houve diálogo. O estranho acendeu o cigarro e caminhou em sentido contrário ao da mulher, que foi direto para o escritório.

Por um momento, Sony se permitiu enganar. Condenou tudo aquilo. Claro, não era certo fazer o que estava fazendo, apesar de tudo.

Voltou a si, depois que acendeu o primeiro cigarro do dia. Tinha que terminar o que havia começado, seja qual fosse o desfecho.

Havia planejado tudo. Durante a manhã, ficaria bebendo no bar emfrente ao escritório. Foi o que fez. Sentou-se em uma mesa, longe dos olhares de quem passava pela rua. Dali, poderia ver quem entrava e quem saía do lugar. Enquanto mais cervejas eram servidas, Sony continuava acendendo um cigarro após o outro.

continua...

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