Chove. Chove muito. Não há como se deslocar do centro até o local da entrevista sem pegar um táxi. Na rodoviária, somos abordados por um suposto taxista. tentamos fechar um preço, porém o diálogo se desenvolve assim:
-quanto fica a corrida? - pergunto.
-30 mais ou menos - responde o taxista
Indago na tentativa de fechar o negócio:
-fechamos em trinta?
Ele responde malicioso:
-a corrida pode dar menos.
Penso por alguns minutos. Entro no táxi, que de táxi tinha pouco. Um carro adaptado.
A corrida dura cerca de 30 minutos com o carro correndo em alta velocidade pela via expressa. O papo flui. O taxista comanda a conversa. Quer saber de onde sou, o que faço, quais meus planos. Ainda receoso, revelo parte deles. Mas é o bastante.
O carro chega ao destino. Não identifico o taxímetro. Não vejo forma alguma de saber quanto o serviço custará. O taxista saca uma calculadora e faz uma conta rápida. O valor final assusta:
-99? a corrida ficaria em torno de 30!
-o valor é este. Você não vai querer perder seu tempo e nem eu o meu. Você não ficará mais pobre nem eu mais rico.
-Que isso?
-o valor é este.
Ponto final na conversa. Isso se chama extorsão. O recibo frio, o carro e a cara de filho da puta do taxista só dizem uma coisa: trata-se de um assalto legalizado. Você solicitou o serviço.O serviço foi feito. Ele quer receber. se você não paga com dinheiro, paga de outra forma. Talvez até mesmo com a vida.
A velha mania de querer passar a perna nos outros chamada carinhosamente de jeitinho.
os filhos da puta existem na vida real.
Amanhã tem conto. Não percam.
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