sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Negócios-Contos Sujos-Parte 1

O encontro com o negociador de armas havia sido marcado para a hora do almoço. O local era o Mambos, o mais caro restaurante do centro do Big City. Jorg Markov era uma figura que se destacava na multidão. Com mais de um metro e noventa de altura, e uma inconfundível carranca russa, botava medo em todos os principais bandidos da cidade. Jorg trazia um carregamento de semi-automáticas diretas de Minsk, na Geórgia.

As armas haviam sido interceptadas durante uma operação de movimentação de tropas russas na área dos Balcâns. Um comerciante local entrou em contato com Jorg, oferecendo parte da carga por uma baba. O russo não pensou duas vezes. Comprou tudo. Porém, se contato na Europa não se comprometeu a fazer a entrega, e a logística não seria fácil. Mas Jorg pensou rápido. Dentro de um contêiner colocou caixas de aço maciço ao redor do carregamento de armas, o qu confundiu os sistemas de rastreamento do porto de Praga. Estava resolvido. O material havia sido embarcado e já estava a caminho.

Jhon Baker aguardava ansioso na mesa, pois já sabia da ficha corrida do contato. Enquanto esperava, Baker degustava um espumante e avaliava parte de suas finanças, que por ocasião estavam bem. Na ala leste da cidade, Baker mantinha um cassino, o Royale e ainda tinha um puteiro, o La Marija. Seu outro negócio, as armas, é que tinha que melhorar. Clientela não lhe faltava, mas Baker não conseguia um bom fornecedor e foi muito reticente em marcar o encontro com o russo.

Mas ele sabia que só Jorg era capaz de entregar o melhor produto, dentro do prazo marcado. Ao mesmo tempo que observava os papéis em sua mesa, Baker reparava na família que almoçava em uma mesa pouco a frente da sua. Ou melhor, ele reparava na filha do casal. Calculava 20 anos ou pouco mais. Para ele, e seus 35 anos, estava bom demais. Loira, com os olhos claros e a pele lisa, parecendo uma boneca. Seus pensamentos foram os piores possíveis:
- Se bobiar, ainda está zerada. Mas com esse olhar... matreiro aposto que não. É o que eu preciso, é disso que eu preciso.

continua...

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