sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Contos Sujos - O homem que tomava decisões - Parte 2


Se você não está acompanhando, a primeira parte está logo aqui em baixo. Se está, manda bala na segunda parte:

O caminhão seguiu rápido pela estrada. Sulley não podia fazer nada a não ser deixar o garoto na cidade. Quando o caminhão encostou na entrada da periferia, o caminhoneiro entregou um papel ao garoto:

-pegue. Aqui está meu telefone. Se precisar, ligue.

-obrigado, mas não vou precisar – disse Sam, colocando o pedaço de papel em um de seus bolsos, já virando-se e colocando a mochila nas costas.

A cidade parecia enorme. Rápida. Fascinante. Brilhante. Realmente impiedosa. O primeiro dia passou sem que ele percebesse, mas a primeira noite foi a mais longa de sua vida. Deitou-se em um banco de uma praça e tentou dormir. Não conseguiu. O barulho, o desconforto e o frio tomaram lhe o corpo. Cada hora, transformou-se em uma eternidade. O sol nasceu pálido, e junto, um pouco de esperança acendeu o coração de Sam.

Caminhou novamente pela cidade. Encontrou um banheiro público onde conseguiu fazer
parte de suas necessidades. Procurou por um mapa. Encontrou, foi atrás de algo para ganhar alguns trocados. Foi a duas agências, mas não tinham nada. Era preciso algo. Estudo. Não tinha nada. Caminhou novamente.

Alguns garotos entregavam folhetos na rua. Pizzas, restaurantes, dinheiro fácil, prostitutas, videntes. Havia de tudo. Enquanto analisava um folheto, puxou conversa com um rapaz:

-ela vê o futuro?

-vê...

-quanto cobra?

-20 por consulta. Traz amor de volta

-e você, quanto ganha?

-não sou vidente – respondeu o garoto

-quanto ganha para entregar os folhetos? – disse Sam impaciente

-25 por dia

-você deve ser rico. É muito dinheiro - disse maravilhado

-moro a três horas daqui, e mal tenho dinheiro para comer. Essa gente me ignora. Não existo para eles. 25 não dá nem para o início.

Continua...

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