sábado, 15 de maio de 2010

Cultura Suja - Sucesso Sem Querer Querendo

Esta semana estava vendo um episódio do Chaves no YouTube e, buscando no fundo da minha memória de longo prazo, comecei a pensar: como um programa com baixo orçamento e um humor simples e inocente (coisa difícil de se ver ) conseguiu fazer tanto sucesso e ser reprisado tantas vezes? Ainda hoje, depois de alguns anos sem parar pra ver o programa, me divirto com o universo de piadas criado dentro de um humilde cortiço fictício no México.



Graças a genialidade de Roberto Gómez Bolaños, também conhecido como Chespirito, tivemos mais de três décadas de reprises em mais de 90 países e personagens imortais, continuando inclusive a atuar separadamente em programas e apresentações diversas que foram feitas depois do fechamento do original. O nome citado acima se trata do produtor, roteirista e ator principal, que interpreta o “Chaves”. Foi o verdadeiro cérebro por trás das paredes falsas e dos efeitos “trash” da Vila. Analisando o seriado mais a fundo, pode-se constatar uma bela caricatura de problemas sociais: o menino órfão, o homem desempregado, a dona-de-casa viúva e pensionista e o proprietário rico. Ou talvez isso seja apenas uma ilusão de alguém que quer ver um pano de fundo político em tudo.



Porém o humor e a inocência não foram ingredientes que coexistiram fora das telas. O programa foi lentamente se arruinando, com disputas de ego e depois dentro dos tribunais. A saída de Ramón Valdés (Seu Madruga) e Carlos Villagrán (Quico) tirou a essência mágica do seriado. A partir daí só restaram ressentimentos e brigas entre os atores e Chespirito, até que em 1992 ocorreu o fim definitivo. O sonho acabou. Só mesmo as reprises dos tempos áureos pra levantar nosso humor. Só mesmo vendo aqueles mesmos episódios que você já viu sucessivas vezes anos atrás pra se dar conta de que nem tudo que sai da TV é porcaria.


Sylvio Santos se aproveita bem disso, sempre usando o “Chaves” pra levantar a audiência do SBT em horários de audiência “fantasma”. O valor cultural de obras de arte como essa é tamanho que vira uma “alfabetização” você ligar a TV ou passar no YouTube só pra conhecer. Imagine você num grupo sem conhecer Chaves? Ou Forrest Gump? Ou Faustão? Ou futebol? Esse último não conheço, prefiro me manter silencioso. O silêncio é uma forma de ser sábio sem falar. Quanto ao Faustão, é bom você não assistir e depois criticar junto com os amigos, passando a imagem de que você é cult e intelectualizado.

Arthur Viggi

5 comentários:

  1. Exelente!
    O programa do Chaves sem dúvida pra mim sempre será um mistério. Como aquilo durou até hoje, levantando a audiência que levanta.
    Bolaños deve ter feito um pacto com o demônio, e agora ele perdeu seus amigos e principalmente, perdeu o dom, pois depois das primeiras temporadas de chaves e chapolin, o que veio depois não chegou nem perto do sucesso que ele tinha conseguido.
    A propósito, perdeu o "dom" duas veses, mas o outro "dom" ele não perdeu sozinho, nós também. O sempre grandioso Dom Ramom.

    Exelente Arthur!! Continue!

    valew

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  2. Não tem Friends, nem Lost, nem porra nehuma.
    O melhor seriado de todos os tempos é Chaves.
    Sem sombra de dúvidas.

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  3. "Quanto ao Faustão, é bom você não assistir e depois criticar junto com os amigos, passando a imagem de que você é cult e intelectualizado".
    hahahaaha mto bom!

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  4. HAHAHAHAHA'
    Chaves adoraaaava,
    mais meu preferido era Chapolin,
    Quando me lembro da brixa baratuxa e do abobinave hemem das neves < Acho que é isso shausaus
    Muito ilário

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