sábado, 29 de maio de 2010

Cultura Suja - O Espírito da Época

Zeitgeist, na língua alemã, significa "espírito da época". Explanando melhor, é o estágio de evolução cultural em que o homem se encontra em determinada época. Este documentário independente foi lançado em 2007, causando frisson na midia e no público, como toda obra de arte que explicita teorias da conspiração. Basicamente, o filme é formado por 3 partes: a primeira diz que Jesus Cristo é uma mentira, a segunda diz que George Bush foi um nazista e a terceira diz que a midia é utilizada para manipular o povo em nome dos capitalistas do topo da cadeia alimentar estadunidense.



Ou seja, a idéia principal do documentário é: vivemos dentro de uma bolha de mentiras, somos emburrecidos pela lobotomia midiática comandada por uma elite que ganha dinheiro com intrigas e guerras. Na primeira (e melhor) parte do filme, vemos argumentos muito bem construídos acusando o homem de 2.000 anos atrás de ter criado um mito chamado Jesus Cristo, baseando-se em outros mitos anteriores de culturas como a persa e a egípcia. Todas as caracterísitcas místicas, tais como a morte e ressurreição em três dias, a dualidade formada por "bem" e "mal", os 12 apóstolos, a crucificação, o "andar" sobre as águas são remetidas a deuses mitológicos anteriores, que por sua vez foram criados com base na astrologia/astronomia.


Por exemplo, o nascimento de Cristo no dia 25 de dezembro representaria o nascimento do Sol. Mas o que tem a ver uma coisa com a outra? O Sol, se observado no período situado entre o solstício de inverno e o de verão do hemisfério Sul, entra num processo de visível declinação no horizonte celeste. Até que no dia 22 de dezembro (solstício de verão) ele deixa de "cair", ou seja, ele pára (morte de Jesus e de outros deuses). 3 dias depois, no dia 25, ele volta a "subir" (ressurreição de Cristo e de outros deuses). Indo além, os 3 reis magos da Bíblia e a estrela que seguiram para encontrar Jesus, seriam representações de 4 estrelas que se alinham apontando para o Sol neste período. E indo ainda mais além, durante a "morte" do Sol seria visível o Cruzeiro do Sul, dando origem ao episódio da crucificação.




Loucura, não? Depois dessa parte, seguem-se as outras 2 teorias. Sugere-se que os ataques do 11 de setembro foram planejados pelo próprio governo americano. O objetivo? Fortalecer um sentimento nacionalista através do surgimento de um inimigo comum (a entidade Osama Bin Laden) e suprimir liberdades do próprio povo americano. O meio? A "evangelização" promovida pela midia. Quem sai beneficiado com isso? Aqueles que não querem que você veja o documentário. Fechando o texto, indico "Zeitgeist" como obra obrigatória para quem gosta de um mal-feito. É pra ver, pesquisar e discutir tudo. Existe também a versão oposta, chamada "Zeitgeist Refutado", que contrapõe-se a todos os argumentos do original. Ambos você acha no Youtube. Pessoalmente, acredito que o filme seja uma reprodução bem exagerada da verdade. Cabe agora a você acatar ou refutar essa verdade.


Arthur Viggi

3 comentários:

  1. A necessidade de reconstrução e catecismo democrático encabeçados pelo projeto imperialista estadunidense amordaça o mundo pelos grilhões de banqueiros, especuladores e proxenetas do mercado. A guerra é uma necessidade de escape de um sistema falido e autodestrutivo. Destruir um país ou incitar contendas internas é a forma mais eficaz de dominação. Como um cancro, os conflitos no Oriente Médio destroem a coesão interna destes Estados anacrônicos e perdidos sob o jugo da Nova Ordem Mundial. A necessidade de financiamento da "reconcstrução" estrutural e gênese de um modelo democrático/liberal/fraterno/igualitário/racional/cartesiano é a pele de cordeiro vestida pelas raposas que tomam conta do galinheiro.
    Bela indicação... documentário provocador; bate em teclas importantes, através de um panorama inusitado, subversivo e desagradável, como tudo que afeta diretamente os interesses do opressor que, lógico, financia o massmedia.

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  2. Não diga que é uma obra obrigatória, você estraga toda a graça. Recomende-a.

    Ignorando palavras complicadas e pouco usadas no dia-a-dia como frisson (caralho, o que é isso?), emburrecidos e lobotomia midiática o texto está muito bom, seguirei a "sugestão" e assistirei Zeitgeist (tá, o que eu vou fazer ninguém quer saber). Me parece ser um excelente documentário com importantes questões a se refletir. Obrigado pelo toque Boteco!

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  3. Hmn...
    É, eu sou católico por formação, abandonei a religião faz um tempo. Mas, vejo a Biblía com encanto, é uma bela metáfora, ou teoria metafísica, da vida... A construção dessa obra com certeza envolveu mentes habilidosas e geniais, a cada versão, a cada novo escriba, as novas impressões, a miscelânea do tempo percorrendo algumas vidas para criar o maior mito. O Niilismo exataldo, o valor de ser fraco, a censura pro ser forte.

    Tudo isso permite uma bela leitura desse texto, que se não sagrado não deixa de ser admirável. Questionável sim, são os interpretradores e a violações da mensagem metaforica para verdade única e imediata para quem não é capaz da reflexão...

    A história, verdade ou farsa, cristã é bela! O grande problema é a leitura que a religião faz para e por outros. A religião que faz do exemplo de vida - de entrega e morte por crer na própria fraqueza - se tornar a razão de uma fúria deslavada em quem é forte, em que quer da vida o que pode tocar, o que pode sentir. Quem não crê na espera e prefere a experiência mundana.

    Seja lá como cada alma prefira encarar a existência, que se respeite.
    E, quanto ao tal documentário elaborar tantas teorias interessantes, fato é que se levarmos a sério cada conclusão, no fim só enriquecem o valor da habilidosa construção da biblía.

    O que há para se criticar não é a história biblica, e sim o uso que se faz dela, minha opinião.

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