segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Sujos Factual - De Volta


O Rock in Rio mais uma vez mostra o que é a força do Rock. Mais do que um estilo de vida, o rock é uma razão e um lifestyle. Durante a noite de ontem no Twitter, discussões inflamadas tentavam mostrar qual banda realizou a melhor apresentação no palco carioca. Surpreendentemente, muita gente se arrependeu de não ter comprado um ingresso para o dia do metal.

Durante a cobertura do evento, os profissionais mostravam um misto de perplexidade e de surpresa com o grau de envolvimento dos fãs com as apresentações. Durante uma das passagens da repórter da transmissão oficial, não houve qualquer necessidade de esconder o espanto com o público.

"Todos estão de camisas pretas e indo ao delírio" - foi a chamada para o texto.

Mesmo marginalizado e sem mídia o rock não perde espaço. É possível creditar isso a dois fatores: o nível de enganjamento dos fãs com suas bandas preferidas e a abertura que a internet possibilitou. A verticalização do conteúdo, modelo vigente até os anos 90 sofre um contínuo processo de enfraquecimento.

A pauta hoje foi hotizontalizada e quem produz o conteúdo é a própria aundiência. A influência dos meios de massa, mesmo que grande, já não tem a mesma força para ditar o que é ou não é mainstream.

Ao mesmo tempo, do lado de cá, o público está cada vez mais esperto e vigilante e não cai mais na mesma conversa mole e sem conteúdo de empacotados e enlatados jogados pela TV. O consumo do produto entretenimento está cada vez mais segmentado, exigente e orgânico, coisa que a internet consegue suprir com sobras. A TV, os jornais e as rádios ainda tentam encontrar uma maneira de competir, se é que existe uma forma de competição entre dois modelos tão distintos.

É neste cenário que o rock praticamente vem saindo do CTI do fim da década de 90 e volta com força total, totalmente conectado com as novas mídias.

Uma pesquisa interessante mostrou que os fãs de rock são considerados mais cultos, criativos e buscam mais informações a respeito do que gostam. Isso tem sido considerado inclusive no momento em que profissionais são entrevistados para vagas de trabalho. É apenas um sintoma, dentro de um nicho específico de que conteúdo relevante é um produto em franca valorização. E quem dita o que é ou não importante está de frente para o monitor.

O rock não morreu. Foi apenas abafado pelos sons de tamburins e letras pobres e foi penalizado por tentar competir em um campo onde as cartas já estavam marcadas. Agora, onde cada um pode buscar aquilo que gosta, o jogo já começa a mudar. É um cenário único para a revitalização de um estilo que ficou caracterizado como combativo, reacionário e revolucionário.

Por @biancocunha


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