terça-feira, 27 de setembro de 2011

Culto e Grosso - Poltronismo

Recentemente a Islândia, um pequeno país localizado no norte da Europa realizou um grande avanço em termos democráticos. Após ir a falência por conta da ação irresponsável de bancos e especuladores, o país se viu obrigado a tomar uma atitude e aprende algo com o episódio. O governo decidiu reescrever a constituição com a ajuda dos cidadãos.

Para isso, a internet foi utilizada como meio onde as sugestões foram encaminhadas para que os representantes do povo pudessem montar o novo texto. Cada sugestão está sendo enviada pelo Facebook. As propostas que recebem o maior número de likes são encaminhadas para as assembléias populares. A ação é legítima, pois a maior parte da população do país está logada na rede social.

Outros exemplos foram vistos ao redor do mundo, como na Tunísia, na Líbia e em outros regimes em que o sistema político não conseguiu segurar a organização que começou em ambientes de discussão virtual, e acabaram gerando consequências no mundo offline.

O ponto é que nestes casos, as discussões e a mobilização do povo foram aspectos fundamentais para que mudanças realmente acontecessem. A realidade foi alterada a partir de movimentos que nasceram na rede, mas que tomaram as ruas e buscaram soluções para os problemas do cotidiano. O Poltronismo é o oposto disso tudo. Ele é a manifestação da revolta em forma de inércia.

O Poltronismo é o movimento que nasce no online e não tem qualquer desdobramento na vida offline. Ele não muda nada e não gera qualquer tipo de alteração na sociedade. Suas reflexões são superficiais e não passam de esboços de algo que poderia gerar alguma coisa. São marchas que não levam a lugar algum, twitassos que fazem muito barulho e logo depois caem no esquecimento total e muitas frases com capslock ligado que não possuem qualquer tipo de consequência.

O movimento é recente e é, em particular, sintomático por aqui, onde a passividade já é uma marca do nosso povo (infelizmente). A possibilidade de xingar muito no twitter apenas agravou uma situação que estranhamente, não deveria fazer parte do nosso cotidiano. Derrubar uma ditadura, ir para as ruas lutar por democracia são eventos pouco lembrados hoje e que em nada lembram o nosso passado.

Ao mesmo tempo somos afetados pela inércia do poltronismo que ofusca os olhos e faz com que nossos progressos sejam cada vez menores.


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