sábado, 14 de maio de 2011

Cultura Suja - Beady Eye


Os fãs do Oasis se estarreceram quando Noel Gallagher anunciou sua saída da banda em agosto de 2009. A última briga com o irmão foi o motivo apontado pelo cantor para colocar um ponto final em 15 anos de carreira, desde o lançamento do primeiro álbum, “Definitely Maybe”.

Pouco tempo depois, Liam Gallagher já expunha na mídia a intenção de manter a formação antiga da banda sob outro nome e gravar um novo projeto em estúdio. Já Noel tomou chá de sumiço, sem trocadilhos com sua origem inglesa. Passou quase dois anos afastado, trocando as fraldas de seu filho mais novo, e só agora anuncia um álbum solo para setembro.


“Different Gear, Steel Speeding”, o tão esperado álbum de estréia do Beady Eye, saiu no final de fevereiro. Sendo um fã do Oasis, fiquei muito curioso com o efeito que a saída de Noel teria sobre as composições da banda. Uma curiosidade, que se transformou, depois de ouvir diversas vezes o álbum, em uma impressão negativa.

O álbum começa com “Four Letter Word”, ótima música, que combina velocidade e acordes coerentes. Depois vem “Millionaire”, bela canção cujo riff inicial lembra música country. Mais um acerto. Em seguida, “The Roller”, bem pão com manteiga. É aquela música que te faz pensar “legal, vamos pra próxima”. E a póxima é “Beatles and Stones”, muito simples e não menos convencional. “Wind Up Dream” é exatamente a mesma coisa.

O álbum prossegue com “Bring The Light”, o primeiro single da banda, com direito a clipe e tudo. Esta é convencional, mas tem uma pegada rock n’ roll excitante. “For Anyone” é uma música retro, assim como a maior parte do álbum. É bonitinha, faz tipo de balada anos 60, mas não convence. As outras quatro músicas subseqüentes, “Kill For a Dream”, “Standing On the Edge of The Noise”, “Wigwam” e “Three Ring Circus” formam uma incrível sequência de bombas.

São todas comparáveis às piores músicas do Oasis. “The Beat Goes On” daria uma boa música, se o refrão não parecesse uma canção de ninar. E “The Morning Son” peca pela excessiva melancolia.



Depois de ouvir o disco ficou claro que a saída de Noel prejudicou o grupo. O disco tem no máximo duas músicas que podem ser comparadas aos hits do Oasis. A nova empreitada de Liam, que está cantando como nunca, tinha tudo pra dar certo: dinheiro, nome, marketing e fãs. Mas faltou o quesito principal: inovação. A fórmula usada pelo cantor de copiar o visual e estilo musical de John Lennon não vingou desta vez. O resultado foi um álbum comercial, convencional e vazio. Perfeito para tocar em “Malhação”.

Arthur Viggi

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