domingo, 31 de outubro de 2010

Contos Sujos - O pênis falante - parte 3


Se você não está acompanhando, as duas primeiras partes desta história estão logo aqui em baixo. Se está, manda bala na última!

O Cadillac rodou rápido por algumas ruas do centro antigo de Big City. Enquanto Leni dirigia procurando um beco escuro para estacionar o carro, Suzan lhe apalpava as pernas, subindo até as suas partes. A mulher subiu suas mãos até o meio das pernas do motorista. O motor do carro roncou.

Novamente a voz veio lá de baixo:

-para logo esse carro, para logo
Leni tentou ignorar novamente, mas o pênis era insistente:
-deixa eu sair daqui, para logo esse carro!
-aaaahhhh!!! – Leni soltou um berro.
- nossa, o que foi? – disse Suzan sem entender nada.
- tesão da porra, tesão da porra – repetiu nervoso.

Leni achou beco. Entre dois prédios. Era escuro como ele queria. Parou o carro. Suzan subiu no seu colo, já dobrando o banco para trás. As coxas da mulher ficaram expostas. Eram grossas e brilhavam com a luz da noite. O decote do vestido desceu fácil, revelando seios fartos e perfeitamente arredondados.

Parecia obra de um artista. Leni mordeu. Suzan soltava gemidos abafados. O carro balançava. As mãos do homem entraram por baixo do vestido e voltaram empunhando uma calçinha minúscula. Ao mesmo tempo a mulher abria o zíper da calça do parceiro já encaixando-se para ser penetrada. Leni escutou de novo a voz inconveniente:

-ahn lá vou eu! Agora! Agora!

Leni penetrou Suzan com força. Parecia que queria calar o seu pênis. A mulher gritava, sentindo a força dos movimentos. Mas a voz não parava:

-sim, sim! Vamo! To lá dentro! Eu sou demais!
-cala a boca! – gritou Leni novamente no momento em que soltava tudo que estava guardado há tanto tempo. Suzan olhou para ele nervosa e falou:
-que merda é essa de me mandar calar a boca?
-não foi com você que eu falei – disse constrangido
-ahn não? Estamos eu você e mais quem aqui?

Leni não sabia o que dizer. Mas, por mais louco que parecesse, disse o que se passava na esperança de não perder aquela foda:

-falei com meu pênis. Ele deu pra falar comigo deste a hora que te viu.
-ah é? Você é louco ou acha que eu sou uma idiota? Então tá, minha xota tá dizendo que é melhor eu ir embora por que você é um tarado. Me leva pra casa agora – Suzan falou vermelha de tanta raiva, enquanto se acomodava no banco do carona e se arrumava.

Leni deixou Suzan em casa. Depois que loira subiu e fechou a perto, ele escutou:

-que foda, hein?
-cala boca! Já te disse! Ou eu te enfio num lugar que você não vai se esquecer.

Desde então, Leni não conseguia mais se concentrar com aquela voz falando o tempo todo.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Contos Sujos - O pênis falante - parte 2


Se você não está acompanhando este conto, a primeira parte está logo aqui em baixo. Se está, manda bala na segunda!

Leni achou que aquilo era uma alucinação, fruto de tanta bebida misturada durante a noite. Porém, mesmo que seu saco não estivesse falando, uma coisa era certa: tinha que fuder com aquela mulher.

Resolveu tentar a sorte. Pegou mais uma dose, e ainda no balcão, virou o copo goela a baixo. A bebida desceu queimando. Foi o suficiente para ele tomar coragem. Levantou-se e caminhou rápido em direção a pista. Por alguns segundos ficou só observando a mulher subindo e descendo. Ela viu que alguém a comia com os olhos.

Começou a realizar movimentos ainda mais sensuais. Leni observava em transe. Porém, a viage nas curvas de Suzan foi interrompida pela mesma voz:

-anda, eu quero entrar lá! - disse o pênis
-mas que porra, cala a boca! - Leni respondeu gritando e gesticulando para o próprio orgão genital

Algumas pessoas perceberam a cena, e olharam sem saber o que extamente estava acontecendo. Leni voltou a si. Pensou no quão ridículo era aquilo. Porém, antes de mais nada, foi até o pé do ouvido de Suzan e soltou algumas doces palavras:

-deixa eu ver o que tem aqui em baixo...

Suavemente Lenin enfiou a mão por baixo do vestido de Suzan sem que ninguém percebesse. Enquanto as nádegas de Suzan roçavam o corpo de Leni, sua mão passeava descobrindo cada área. A loira tinha calafrios. Porém, tinha mais alguém querendo se divertir:

-ei cara, e eu? me coloca nessa jogada aí, anda logo!

Leni tentou ignorar, mas a voz continuava insistindo:

-cara, eu tô aqui durão, me ajuda aí!
-puta que pariu -disse Leni bufando.

Suzan virou o rosto para o homem dizendo:

-o que foi que você disse?
-perguntei se você não quer ir para outro lugar - falou Leni sem certeza
-é claro que quero. Com o tesão que você me deixou, você acha que eu vou ficar aqui?

Os dois caminharam rapidamente para a porta do Acustic. A noite ia terminar no Cadillac de Leni.

Continua...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Contos Sujos - O pênis falante - parte 1




Leni não conseguia mais se concentrar. Seu pensamento se perdia a cada cinco minutos. Ao mesmo tempo não sabia o que fazer. Se sentia acuado. Louco. Suava. Enquanto digitava, aquela voz não parava de falar.

Há pelo menos 6 meses o pênis de Leni começara a falar. No início ele achou aquilo uma bobagem, mas com o tempo foi se tornando cada vez pior. Tudo começou quando Leni comeu Suzan depois de uma festa no Acustic (boate no centro de Big City). Aquela noite ele bebera tanto, que perdera a completa noção do que estava acontecendo.

Entrou no Acustic tarde, ventando, derrubando copos e logo encostou-se no balcão do bar prolongando seu porre. Doses de Martini e conhaque desciam como água. Ao mesmo tempo que sua embriaguez aumentava, um súbido tesão lhe tomava o corpo. Havia pelo menos 5 meses que ele usava seu pênis apenas para mijar.

Quando se deu conta do tempo que estava sem uma bimba, ele viu Suzan se acabando na pista. A loira subia e descia em um movimento único que só parava quando os peitos insistiam em sair do decote apertado. As mãos arrumavam o vestido, que logo já não dava conta de segurar o conteúdo.

As curvas da cintura e das nádegas torneavam o corpo esculpido. A essa altura do campeonato, Leni já estava mais bêbado que um porco, mas no meio do barulho e da música alta, uma voz se destacou, dizendo:

-vai lá, e me coloca lá

Leni assustou-se. Todos ao seu redor ou bebiam como ele ou se ocupavam de outra coisa. A voz voltou a falar:

-anda, vai lá e me coloca lá seu porra - em tom imperativo

Leni não entendeu. Assustou-se. Por um momento a embriaguez passou. Ele então pensou em voz baixa:

-eu bebi demais. Tá na hora de parar. Já to escutando vozes...

-ei, seu bebum, sou eu quem ta falando! Olha aqui pra baixo.

Leni olhou para baixo e algo se movia dentro da sua calça. Foi impossível não pensar:

-Que porra é essa? Meu saco agora deu pra falar?

Continua...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Música Suja-Relíquia Hard Sun


A coluna volta com uma relíquia. É melhor escutar. Versão original de Hard Sun, música que faz parte da trilha sonora do filme "Na Natureza Selvagem".

Hard Sun 1989 Original -'Indio' - Gordon Peterson



Contribuição de @navarro85 e @tiagosarmento.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Cultura Suja - “O Povo Brasileiro” de Darcy Ribeiro


Tudo começou quando os portugueses chegaram ao Brasil e começaram a traçar as índias.

Com seu espírito ibérico e aventureiro, e ainda por cima sem a presença de uma instituição católica sólida, praticaram o fornicamento em massa como forma de aliviar a frustração sexual advinda dos milhares de quilômetros de distância de Portugal, sem suas mulheres brancas.

É claro que isso foi também uma forma de povoar o que seria o futuro território brasileiro, antes que ele caísse nas mãos dos espanhóis.

Analisando as raízes da colonização brasileira, Darcy Ribeiro nos mostra em seu livro “O Povo Brasileiro” como se formou nosso povo, como surgiu o sentimento de “brasilidade” que nos faz sentir parte da mesma nação e como a realidade sócio-econômica do país está relacionada com 1500.

Através de uma linguagem extremamente didática e prazerosa, o autor nos faz refletir a respeito da miscigenação da qual praticamente todos nós somos originários. Não tem dessa de falar que você é italiano, espanhol, português, alemão, judeu, etc. Você é brasileiro, porra! A não ser que você more numa comunidade fechada do Rio Grande do Sul.

É isso que Darcy nos mostra com seu livro, que resultou de uma vida inteira de estudos antropológicos.


A partir desta conscientização muitas coisas se encaixam em nossas cabeças. Entendemos o porquê de a cor da pele escurecer cada vez mais à medida que adentramos os subúrbios e favelas do país.

Entendemos como as disparidades se originaram a partir do empreendimento colonial, com a concentração das terras nas mãos de latifundiários, e se reproduziram em todas as regiões do Brasil, criando uma eterna alternância entre “opressor” e “oprimido”. Os favelados de hoje foram os escravos, sertanejos, caipiras, caboclos e sulistas de ontem e a maioria de nós, desde o negro pobre ao branco latifundiário, é descendente de portugueses ou mestiços que comeram negras e índias.

Isso mostra como, apesar de tantas diferenças no fenótipo, pertencemos a mesma etnia. Serve inclusive para questionar sistemas como o de cotas, onde se tenta rotular uma pessoa como negra num povo que se originou desta etnia. A verdade, infelizmente, é que a definição de negro no Brasil ultrapassa a genealogia e atinge o campo social.

Aqui só é visto como negro quem, além de ter a pele escura, é pobre. Os negros foram todos alforriados, mas as amarras da marginalidade e do apartheid social ainda não foram desatadas.


Indico este livro para você que quer aprender a respeito da etnia brasileira. Todo brasileiro tem que lê-lo, até por uma questão de valorizar a cultura nacional e conhecer a História que foi contada de modo superficial nos livros de Ensino Fundamental e Médio.

Você encontra uma versão Pocket da obra nas livrarias e o E-book na internet. Talvez na biblioteca pública desfalcada mais próxima a sua casa você também ache um exemplar. Tem ainda o documentário baseado no livro, com a participação do próprio Darcy Ribeiro, Chico Buarque e grandes nomes das Ciências Sociais.

Arthur Viggi

domingo, 3 de outubro de 2010

Imagem Suja - Sujos em Berlim 2

Segunda parte do Graffiti em Berlim, com fotos produzidas pelo jornalista David Gomes. Vale a pena dar uma sacada.

A maioria dessas fotos estão localizadas em uma parte preservada do histórico Muro de Berlin, construído na madrugada de 13 de Agosto de 1961 e que dividia a Alemanha em duas.

A parte Oriental, adepta do regime socialista, e a Ocidental, pertencente ao bloco capitalista durante o período que ficou conhecido como Guerra Fria. A queda do muro aconteceu em 3 de outubro de 1990, quando a Alemanha novamente se tornou um país unificado. As imagens estão lá desde a época em que o muro caiu.

Atualmente, são preservadas. Não se pode apagar alguns dos graffites, e nem se pode derrubar essa parte do muro devido ao valor histórico das obras.

















Semana que vem tem mais.

Créditos: David Gomes, jornalista, residente em Londres

sábado, 2 de outubro de 2010

Imagem Suja - Sujos em Berlim


O jornalista David Gomes mais uma vez vai as ruas na Europa e traz imagens agora de Berlim. Arte urbana em uma capital que faz parte da história mundial. E amanhã tem mais. Dê um pulinho aqui nos sujos e confira.














Créditos: David Gomes, jornalista, residente em Londres

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Contos Sujos - O Jardim dos Sonhos - Parte 6


Este conto é uma continuação da semana passada. Recomendo os links no final do texto, para você, leitor do blog, que deseja acompanhar. Boa Leitura!

O carro foi se aproximando cada vez mais da escuridão. Ao mesmo tempo, a chuva passava lentamente. O barulho dos trovões também ficava cada vez menor. Porém, o carro parou. As rodas continuavam rodando, mas o veículo não esboçava qualquer tipo de movimento. O mendigo Japhy iniciou um novo diálogo:

-aqui é o lugar que eu fico. Você terá que ir a pé
-mas como? - indagou Billy
-a caminhada até a entrada é curta. Você não terá dificuldades. Siga a estrada que logo você verá o portão. Estarei aqui, se quiser voltar...

Billy desceu do carro. Nem se preocupou em responder. Sabia que daquele lugar em diante, seguiria sozinho. Sua caminhada seguiu na escuridão da noite. Mas o tempo parecia estar mudando novamente.

A lua apareceu forte e rapidamente iluminou o caminho com uma luz forte. A ar ficou mais leve, e uma brisa suave soprava. Depois de pouco mais de 10 minutos andando em meio a lama e ao barro, ele viu algo que imaginava, mas não tinha idéia de como exatamente seria.

O portão do Jardim estava logo à sua frente. Parou. Examinou. Era óbvio que naquele momento iria vacilar. Quantos homens um dia pensaram em ver seu sonho cresecendo. Ou não. estava pronto, por isso, o passo que deu foi firme, seguido de um após o outro.

Na entrada nada mais que um portal. Sem enfeites, ou firulas. Mas ainda sim parecia um lugar abandonado. Sem conservação. De cada lado, nasciam todo tipo de vegetais e plantas. Eram os sonhos, que cresciam amontoados, juntos. Parecia desorganizado, mas não, existia alguma lógica ali.

Billy se sentiu perdido. Como saberia qual seria seu sonho? Onde ele estaria? Sua caminhada seguiu como se algo lhe dissesse que o que procurava estava no interior do jardim. Todas as plantas lhe pareciam igualmente bonitas.

Todas cresciam belas, e o luar que iluminava o lugar passava uma sensação de serenidade tal, que era impossível não achar aquilo tudo belo. Enquanto caminhava, percebeu um movimento. Sentiu-se assustado e não soube bem o que fazer. Mas ainda sim continuou. Se aproximou da figura. Era o jardineiro.

Num lugar em que a terra parecia ser mais fraca, ele plantava uma semente. Quando ambos se deram conta do quão estranha era a companhia um do outro, se viraram e se analisaram. Billy tremeu.

O jardineiro não tinha rosto. Sua face era lisa. Mas de algum lugar vinha a voz que perguntou ao visitante:

-o que está fazendo aqui?

Billy vacilou.

-não é necessário que me dê uma resposta. É uma pergunta retórica. Sei o que quer ver

O jardineiro se afastou da terra onde estava. Ali uma semente era tratada cuidadosamente. Billy sabia do que se tratava. Não soube o que fazer. O jardineiro continou:

-você sonhou algo grande. O bem de todos. Algo maior que qualquer pessoa possa realizar sozinha. Você sonhou em melhorar as coisas. E fazer os ruins se transformarem em bons. Em transformar, mudar. Em mostrar o quanto a vida é simples, mas ao mesmo tempo complexa. É um sonho difícil de ser plantado e de ser vivido.

Billy ficou sem reação. O homem sem face continou:

-ela só irá crescer, se você acreditar. Sei que suas forças estão terminando. Mas depende apenas de você. Não posso assumir outra responsabilidade que não seja a de plantar.

Novamente Billy ficou estático. Seu sonho estava crescendo. Pensou em uma única coisa naquele hora:

-preciso acreditar. De algum jeito, eu preciso acreditar...

Se você não leu as três primeias partes deste conto, leia, e acompanhe até o fim desta semana
o desfecho do
Jardim dos Sonhos:

Parte 1
Parte 2
Parte 3

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