sexta-feira, 11 de junho de 2010

Cultura Suja - O "Plonk" do Punk

O punk foi um movimento social, musical e cultural originado nos Estados Unidos em meados dos anos 70. Sendo artisticamente representado por bandas como Stooges, Ramones e New York Dolls, os adeptos dessa nova corrente pregavam a rebeldia estética e comportamental, o niilismo, a anarquia, a despreocupação, o sarcasmo. Foi uma reação da classe trabalhadora contra a “paz e amor” dos hippies, ao mesmo tempo em que incorporava o estilo de vida simples com uma grande marca de pessimismo.


Logo este movimento se expandiu também por toda a Europa, deixando rastros principalmente na Inglaterra, onde surgiram duas grandes bandas chamadas “Sex Pistols” e “The Clash”. Músicas minimalistas, com mais ou menos três acordes, compuseram o repertório de todas essas bandas. Os discos “Never Mind The Bollocks, Here`s the Sex Pistols” e “London Calling” devem ser ouvidos e re-ouvidos para que se entenda a ruptura feita com o rock progressivo e incrementado da época.



Depois da década de 70 o punk rock deu origem a várias vertentes, algumas delas são claramente distorcidas e nada tem a ver com o movimento original. O “Hardcore” surgiu com ainda mais agressividade e rapidez. O “New Wave” surgiu com arranjos diversificados, incluindo teclados e sintetizadores. Tem também o controverso “Pop Punk”, vertente surgida na década de 90, muito comercial e pouco criativa. Paradoxalmente, a música que nos anos 70 era feita por grupos suburbanos passou a ser feita por músicos de classe média que falavam de temas adolescentes.


Chamar “Green Day” de música tudo bem, mas falar que isso é punk rock é uma grande ofensa. Os caras fazem baladas aceleradas, com um som limpo e engomadinho, falam de amor de novela, e por isso não merecem essa etiqueta. Essa é a melhor palavra que se pode usar. São produtos da mídia, puro fetichismo de mercadoria. E isso vale para todas as bandas parecidas que tem surgido por aí. Já disse o próprio Johnny Rotten (Lydon): “Green Day não é punk, é plonk (gíria inglesa para mercadoria)”. Agora se quer ter um bom entretenimento ouça a música dos anos 70 do The Clash, que alternou peso com leveza, adicionou boas pitadas de reggae sem ter que seguir aquele padrão de música que emplaca em "Malhação". Ou então se acha tudo uma merda e quer ouvir sua insatisfação convertida em música aconselho ouvir "Sex Pistols" em alto e bom som.

Clipe de "Rock The Casbah", grande sucesso do The Clash

*Todos os direitos são do artista e Ossujos não ganham nada com a reprodução das obras
Arthur Viggi


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