domingo, 29 de janeiro de 2012

Música Suja - Noel Gallagher’s High Flying Birds


Confesso que na primeira vez que ouvi o novo álbum de Noel, “High Flying Birds”, fiquei um pouco desapontado. Não encontrei a agressividade do Oasis no disco, o que já era de se esperar, visto que não é um trabalho do Oasis, e sim do Noel. Na verdade, reneguei este álbum por vários meses, desde seu lançamento, simplesmente por ter perdido o costume de ouvir BritPop. Somente há pouco tempo sintonizei meu ouvido na freqüência musical britânica, e agora posso expor uma conclusão sensata a respeito do disco.


O repertório começa com “Everybody’s On The Run”, música que me lembra bastante o som do Seal. O vocal limpo e afinado de Noel se encaixa bem melhor no Pop; daí vem minha estranheza inicial por carência de agressividade. "Dream On" dá seqüência ao disco, usando uma fórmula antiga do Oasis. Digo o mesmo de “If I had a Gun”. "The Death of You and Me" marca a ascensão do disco, com uma sonoridade burlesca, de marchinha, inovando com arranjos de sopro jazzísticos. "(I Wanna Live in a Dream in My) Record Machine" também é uma música cool que segue a fórmula antiga.

"AKA... What a Life!" é uma das minhas preferidas; tem um ritmo dance marcado pela batida da bateria e do arranjo do piano. É provavelmente a música mais contagiante do disco; li inclusive que Noel pensou em oferecer a música a Madonna, devido a sua natureza Pop. "Soldier Boys and Jesus Freaks" também é uma música sensacional, que segue o já citado ritmo de marchinha. A próxima é "AKA... Broken Arrow", outra excelente música que se encaixaria bem numa voz feminina, tal como a de KT Tunstall ou Natalia Imbruglia. "(Stranded On) The Wrong Beach" arrebata com a mesma levada de “What a Life!”. E "Stop the Clocks" e “A Simple Game of Genius” fecha o disco da forma como ele foi começado, me remetendo novamente ao Seal.

Parece que o longo hiato subseqüente ao último disco de Oasis não atrapalhou, afinal, o desempenho de Noel Gallagher. “High Flying Birds” é um disco simples, despretensioso e definitivamente carente de agressividade. Não que isso seja uma crítica; pelo contrário, pode ser uma virtude etérea que comporá a nova identidade do cantor. O desafio é esse mesmo: distanciar-se da imagem do Oasis e, principalmente, do errôneo estigma de ter copiado os Beatles. Noel deu início a uma consistente carreira solo e mantêm-se no patamar de um dos maiores talentos da Inglaterra. O mesmo não digo, porém, de Liam, que apesar da marra icônica e do vocal potente, mal sabe tocar um violão e tampouco emplacar um repertório

Arthur Viggi

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