terça-feira, 30 de novembro de 2010

Imagem Suja - Séries e Cultura Pop





Você não precisa acompanhar uma série, ver todos os capítulos para saber algo sobre personagens, intrigas e tramas. A internet se encarregou de disseminar o formato importado e de sucessos. E é claro, os produtores pegaram carona. Não é necessário ter uma TV com assinatura para poder acompanhar seu personagem preferido. E que fascínio é este que as séries exercem?

Longas temporadas, piadas que se repetem, elementos que são colocados ao deus nos acuda para dar aquele refresh. Vale tudo para criar novos significados, mesmo que por ventura, nem sejam explicados no fim. Mas talvez, os principais fatos que diferem as séries das novelas sejam a forma narrativa e a independência (sim, existem as particularidades).

A narrativa é rápida, dinâmica, como pede a geração Y. As séries estão completamente adptadas a rotina diária, de pouco tempo para lazer. Outro ponto é que não é necessário ver todos os episódios para poder compreender (em alguns casos). A construção funciona com pequenos contos, o que faz com que qualquer pessoal se torne um consumidor em potencial.




O Buzz gerado pelas história é tal, que mesmo você que não conhece se senta e assiste. Alguém lhe passa um breve histórico de cada personagem, alguns pontos história e pronto. O suficiente para que você mesmo, depois,consiga seguir junto com a trama.

As séries são ícones da cultura pop. Personagens vendem camisas, canecas, chaveiros. Os boxes com os DVDs não param em locadoras e nas pratileiras. Os downloads são feitos quase que no mesmo momento em que a temporada é lançada nos Estados Unidos.

Além do produto audiovisual, as séries vendem lifestyle. E isso gera fofoca. A cada temporada, os bastidores das renovações contratuais, das brigas, das trocas de personagem, e dos namoros fazem a transição de um ano para o outro. Os fans aguardam atentos cada detalhe. Não há perda.



Tudo se aproveita. Quem nunca quis uma camisa com o X gigante no peito. Ou quem nunca soltou um bazinga na mesa com os amigos. Produtos que vendem estilo e identificam o fã.

No caso de Lost, o final da trama foi alvo de comentários por todo mundo. Aqui no Brasil, o coletivo o www.oesquema.com.br publicou boas resenhas, com diversos pontos de vista sobre o fim da trama. Tudo, nos mínimos detalhes, falando sobre os flashforwards e flashbacks. Cada elemento foi colocado por um autor, com uma interpretação diferente. Vale a pena conferir aqui.



Quanto vale esse buzz e essa mobilização? É impossível mensurar exatamente, pois trata-se de informação. Mas a força do fenômeno Lost é algo a ser estudado. Como pessoas em todo o mundo se identificaram de forma tão fiel, com um programa de TV que durou tanto tempo? E que receita é essa?

Para quem trabalha com comunicação, é impossível ficar de fora. As séries, juntamente com o bruxo Harry Potter, a saga Crepúsculo, Lady Gaga e tantos outros símbolos desta década já são importantes elementos na organização do espaço virtual e na formatação dos referenciais de nosso tempo. Até por que, cada um, a sua maneira, utiliza a comunicação e os meio com sucesso e inovação.

E as séries como um produto, são hoje, um sucesso de vendas.

E claro, este assunto ainda dá muito pano para manga.

No próximo post da coluna: Porquê brasileiro não faz série.





segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Culto e Crosso - Pensando baixo




Vai mais um ano embora. E quantos dias este ano você viveu. Tá acabando meu camarada. Tá chegando no fim. Mas pensa comigo. Tem um monte de gente que está aí, na farra, curtindo, aproveitando, se esbaldando em plumas e confetes e joga tudo isso na sua cara. Fala que você trabalha de mais. Que vive de menos. Mano, a vida é dura!

Se você não nasceu no chiqueirinho de ouro, paciência. Tem que fazer a correria. E tem que bater a laje todo dia, mesmo que você não esteja vendo ela ficar pronta. É assim mesmo. Mas o mais foda disso tudo é que nessa época, aparece um monte de gente para te dar aquele tapinha maroto nas suas costas. E se bobiar, entra na sua casa e come o peru de natal!

O sujeito não te ajudou em nada, e até trabalhou para o contra, e você tem que apertar a mão do camarada. Mas o que eu quero dizer é o seguinte. Não trabalha para o mal desse sujeito. Pensa nesse cara feliz da vida.

Ele não vai te encher, pois provavelmente é o tipo que se deslumbra e esporra sua felicidade por aí. Enfim, fim de ano é isso aí. Vamos pensar no bem coletivo. Mais do que o individual se isso é possível. E daqu até o fim do ano, papai noel vai ter muito trabalho. Pensa baixinho e deseja o bem. Assim o mundo melhora.

sábado, 27 de novembro de 2010

Música Suja - Seleção


A coluna volta com uma seleção para o fim de semana: Phoenix + The XX com versão ao vivo. Senta o dedo e curti aí:

Crystalised-The XX



Basic Space - The XX



Lisztomania - Phoenix

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Cultura Suja - BLU


Arte Urbana. Este vídeo circulou na internet e é uma incrível performance de desenho contínuo feito pelo italiano conhecido como BLU. Vale a pena conferir. Mais do que o trabalho dele, o vídeo tem uma programação e edição incríveis, e parece ser um trabalho de vários dias. Detalhista, minucioso e ambiocioso. É arte de verdade.



Marc Balender

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Contos Sujos - A Caçadora - Parte 3


Se você não está acompanhando este conto a primeira parte está logo aqui em baixo. Se está, manda bala na última parte!

Anie continuava descendo e subindo sem parar. O movimento chamava a atenção de todos. Todas as partes do seu corpo pareciam estar em perfeita sincronia. O bêbado seguiu em passos largos e rápidos. Não tinha se dado conta do quanto havia tomado, e cambaleou. Chegou bem perto do ouvido de Anie e por alguns segundos colou seu corpo junto ao da mulher sentindo um pouco do calor da mulher.

Seu pênis endureceu. Foi tomado por um tesão súbido. Impossível de ser controlado. Com uma das mãos, pegou o braço da mulher e tentou movimentá-la. Porém, a última coisa que viu foi o chão se aproximando rapidamente do seu rosto.

Anie virou-se, e com a mão cheia, desferiu um soco certeiro no rosto do sujeito. O impacto foi forte e o homem não esbanjou qualquer tipo de reação. Seu corpo se transformou em uma massa inerte, que durante alguns segundos se equilibrou. Logo depois pendeu, e caiu, direto no chão do bar.

Todos olharam a cena assustados. O sujeito ficou em silêncio por alguns instantes. Anie abaixou-se, e falou com o homem:

-não quer falar agora? Odeio conversar com estranhos.

O homem levantou a cabeça com dificuldade. E com um esforço ainda maior falou:

-sua vagabunda

Anie levantou-se. Arrumou de cabelo, e seu decote. Com toda pose, fez um movimento sutil. Sua perna foi ao encontro do pênis do homem. Forte e seca, e mais uma vez certeira. O que se escutou foi um uivo de dor. O homem se contorcia no chão aos berros. Enquanto isso, a mulher caminhou em nossa direção. Mason cantou no meu ouvido desesperado:

-puta que pariu, ela tá vindo pra cá
-calma - falei sabendo que o próximo a levar um cruzado poderia ser eu

Enquanto o outro bêbado acudia o comapnheiro caído no chão, Anie se sentou ao meu lado. Pediu um drink. Um conhaque, do tipo ruim. Acendeu um cigarro de filtro vermelho. Deu uma longa tragada. Olhou pra mim e perguntou:

-está assustado?
-não
-porquê? Não tem medo do que eu fiz com aquele sujeito?
-não - disse calmamente
-E por que não? - Me perguntou curiosa.

Pensei durante alguns instantes. Valorizei a resposta. dei um trago no meu cigarro que já estava no fim e falei:

-porque não vou fazer o mesmo que ele

Anie deu outra longa tragada no cigarro dela. Bebeu a aquela dose, e pediu outra. Depois, sentou a mão em mim. Mas no meu apartamento. E dentro das minhas calças, durante a noite inteira.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Contos Sujos - A Caçadora - Parte 2


Se você não está acompanhando este conto, a primeira parte está logo aqui em baixo. Se está, manda bala na segunda!

Anie percorreu o balcão procurando por algo. Propositalmente retirou um objeto de dentro de sua bolsa e o deixou cair no chão. Queria instigar os machos do lugar para a briga. O movimento que fez foi rápido. Inclinou-se totalmente para a frente, ficando de quatro.

O vestido subiu, mostrando praticamente toda a grossura das pernas. Seu rabo cresceu exponencialmente. Na outra parte, o par de seios forçava a saída do vestido. Tateava o chão, fazendo com que aquele conjunto perfeito se movesse incrivelmente bem.

Aquilo durou poucos segundos, mas pareceu uma eternidade. Todos pararam. Não pude resistir, é claro. A visão era simplesmente encantadora. Mason, um dos bêbados que estavam rigorosamente todos os dias no bar também não pôde evitar um comentário gentil. Falou para mim, quase caindo, tamanho era o seu porre:

- que vagabunda hein? Isso deve dar um trabalho - tomou uma dose inteira de conhaque vagabundo. O líquido pareceu que voltaria.

Me contentei a concordar com Mason. Sabia que se entrasse na pilha dele, me arriscaria. Era hora de estudar o território. Do meu lado, outros dois bêbados tiravam a sorte e falavam:

- se eu comer essa vagabunda, você me paga mais duas rodadas
- fechado - disse o outro bêbado

Foi impossível não pensar. Como alguém, depois de pegar uma mulher dessas ainda pensa em bebida? Enquanto raciocinava, ou tentava fazer isso, vi o homem atravessar o balcão indo se sentar ao lado de Anie.

Ele cambaleou, mas conseguiu se acertar. Eu, Mason, e Bill o garçom, resolvemos observar aquela conversa. A noite ia ser bem longa.

Continua...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Contos Sujos - A Caçadora - Parte 1


Ela entrou no bar no desfilando o que tinha de melhor. E realmente não era pouca coisa. A blusa era extremamente decotada. Dentro, um par de seios únicos. Nem mesmo eu, rodado nessa vida, havia visto coisa igual. Uma combinação de cima e baixo tão perfeita.

Um short mínimo não era capaz de esconder tudo que havia ali . Pernas extremamente bem definidas, que ao andar, chamavam a atenção de olhares por todos os lados. Não havia marcas de nada, de idade, de porra nenhuma. Quando vi, não consegu pensar em outra coisa. Logicamente todos os outros pensaram o mesmo. E claro, em uma casa noturna, aquilo ganhava proporções absurdas.

O que ninguém sabia é que quem estava à caça era ela. Anie saiu a procurando literalmente uma bem dada. O que ela queria era uma pegada diferente. Na verdade, ela sempre buscava isso. Estava cansada de um monte de caras que viviam dando um mole filho da puta e não eram mais que frangos bombados.

Na noite de Big City, tem todo tipo de gente. Vagabundos, cafetões, putas. Mas o tipo mais óbvio são os que procuram uma foda de qualquer jeito. E a maioria é o tipo bêbado.

Continua...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Culto e Crosso - O Carimbo Social


Sabe quando você acha R$ 10,00 no bolso da calça. Ou que o pipoqueiro, sem se dar conta, coloca uma dose extra de queijinhos na sua pipoca. Ou que sei lá, tá tudo extremamente ruim, e do nada surge algo que muda totalmente a sua vida. Uma tacada de mestre. Isso só acontece por que você trabalha muito. Ou que porque você é pouco ligado no dinheiro. Ou talvez seja porque o pipoqueiro estava num dia de fanfarronice mesmo.

Mas enfim, o lance é que tem um monte de pessoas aí fora pensando, sonhando e querendo algo, e quebram a cara tantas vezes, que pequenas coisas passam a fazer toda a diferença. Não há problema algum. Quem sou eu para julgar isso. Mas o foda nessa história é que essas mesmas pessoas recebem um carimbo social que dá medo. De que se acomodaram, ou de que se contentam por pouco. Enfim, quem sabe o que eles já viveram nessa porra de vida?

O cara pode estar tão grosso, que sei lá, perde a noção mesmo das coisas. Imagina você taxado com uma coisa dessas. Uma estampa na sua testa, imensa. Você aguenta? E pode crer que nenhuma destas pessoas é incapaz. Faltam tantos backgrounds que não há sonhos, nem devaneios. Mas ninguém pensa nisso.

O fato é que se alguma destas pessoas é premiada com um queijinho, fatalmente seria um fator de desequilíbrio no ambiente. E para melhor. É tanta porrada, que elas só querem gerar oportunidades. O mundo tá cheio de pavões que voam na garupa dos outros e que só querem mostrar o rabo e fazer coisas para si mesmos. Uma coisa de louco.

Enfim, deu vontade escrever isso. Vamos todos tomar um chá para relaxar. E tente achar R$10,00 no seu bolso. Não desista não.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Conto Sujos - Pavões em bando - Parte 3


Se você não está acompanhando este conto as primeiras partes estão logo aqui em baixo. Se está, manda bala na segunda!

O show de horrores continuava rolando. A cerveja e o conhaque subiam na cabeça de Nathan. E parecia pior do que realmente estava. Os exibicionismos contagiavam a platéia que ficava polvorosa. Rodadas de gim eram distribuídas enquanto insultos eram proferidos as famílias e entes próximos.

Como se tudo que estavam vivendo naquele momento não fosse proveniente do trabalho duro de vidas despertiçadas. Parecia que o que tinham não era suficiente. Mas tinham bebidas, cigarros, viagens, luxo e o principal: tranquilidade. Aquilo na entrava na cabeça de Nathan como um soco na cara quando se baixa a guarda. Pensou em meio a goles e goles:

-De que merda de vida estavam falando? Reclamam quando tem tudo em mãos... como conseguem juntar tanta bosta, e ainda se acharem orgulhosos disso? Da onde essa gente vem?

Claro. O referencial de Nathan era diferente. Nunca tinha tido nada. E aquilo era muito. Muito que foi conseguido com muito couro gasto. Enquanto servia-se, Nick sentou-se e parou com aquela conversa. Foi então que Nathan levantou cambaleante, e foi em direção a roda.

Caminhou com dificuldade. Estava alcoolizado. E sabia como niguém ser desagrável quando estava bêbado. Os ouvintes perceberam que ele iria tomar a palavra. Alguns levantaram tomando rumo para a parte externa da casa. Nathan levantou o braço, colocando a dose de conhaque no alto, falou berrando:

-fiquem onde estão – cambaleou dando a impressão que iria cair – agora sou eu quem vai falar, já escutei merda de mais por hoje...

Butt levantou-se, querendo roubar a cena, fazendo estardalhaço, apontando o dedo para Nathan e dizendo:

-Você não...

Não houve tempo para que terminasse a frase. Nathan desferiu um soco tão potente no rosto de Butt, que seu corpo caiu sobre as outras pessoas que estavam na roda. Todos olharam assustados. Nathan tinha uma boa direita. Enquanto alguns prestavam algum socorro, gritou para que todos escutassem:

-isso é o que a vida faz. Esse aí levanta amanhã. E talvez, levante melhor. E vocês, tratem de cuidarem destas bocas. Tem muita merda saindo daí de dentro.

Nathan pegou uma garrafa de conhaque e saiu sem que os outros percebessem. Butt acordou no hospital, 5 dias depois, sem saber o que havia acontecido.

Para todos os outros, foi impossível esquecer aquela noite.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Contos - Pavôes em bando - parte 2


Se você não está acompanhando este conto a primeira parte está aqui. Se está, manda bala na segunda!

Nathan continuava ali. Era o guardião do freezer. Enquanto o tempo passava, aumentava o grau de bossalidade do assunto que era tratado do meio da roda. Claro, para quem não queria nada com aquilo era cada vez mais difícil permanecer ali. Mas ainda sim, bem ali perto, ele tinha bebida. E farta. Agora quem estava no centro da roda era Nick.

Era uma das mais populares. Claro, era também uma das mais gostosas da universidade. Até mesmo o próprio Nathan já tinha se aventurado ali sem qualquer tipo de sucesso. Mas ainda sim foi obrigado a escutar toda aquela merda:

-claro que meus pais não queriam. Mas como eu, deste jeto que vocês estão vendo, poderia deixar esta oportunidade. Tem coisas que você tem que deixar para trás, empurrar com a barriga, sei lá... nem todo mundo consegue ver o que você está fazendo. Então fica assim, eu faço o que quero, e quem acredita ou quer acreditar fica desse jeito por que quer. É por isso que eu to nessa, na crescente, vejam bem... tem gente que fica parada, até tem talento, gente que eu conheço, bem próxima... estou falando mentira? Foda-se, não é? Nós que é que sabemos e deixar ficar pra trás o que tem que ficar. Tem muita coisa nessavida que na verdade é uma grande bobeira. Beba, ai pra uma festa e esquece. Cara, vocês tão entrando agora.

As pessoas novamente concordavam com a colocação. Aquela mensagem era dirigida a alguém apesar de ninguém saber. Na verdade eram coisas que deviam ser seguidas. Pelo menos foi issso que Nathan concluiu.

E claro, sentiu asco do que pensou. Mas foi impossível também não chegar a conclusão que ele chegou:

-é claro, tem alguém nessa história. E posso apostar que é um homem. E todo homem, do lado de uma mulher, vira um saco de bosta.

Deu um trago forte na cerveja. Misturou com o que tinha disponível e tentou desviar o olhar para algo útil. Claro, estava complicado.

Continua...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Contos Sujos - Pavões em Bando - parte 1


Era muita gente. Na sala, alguns violões e bebidas para todos os lados, som, jazz, e mais inúmeras vozes que se misturavam. Os alunos da Universidade de Big City faziam sempre o mesmo ritual no início das aulas. Um fim de semana fora da cidade, em uma casa que ficou conhecida como “maternidade”.

Era o batismo dos novatos. Rolava realmente de tudo naquilo. Gente que bebeu até se cagar todo, sexo grupal, orgias, drogas e tudo que cabeças juvenis, perversas e cheias de álcool se permitem pensar.

Para Nathan, aquilo era uma merda. Pavões ficavam de um lado para outro mostrando os rabos ornamentados, tentando faturar uma foda. Era um show de exibicionismo que dava ânsia. Apesar de não agüentar mais aquilo, tinha que ir. Os faltantes sofriam tantas penas, que seria duro demais aguentar aquela gente torrando o resto do semestre inteiro.

Resolveu beber durante todo o tempo, sem parar. Sabia que fazendo aquilo se tornaria tão desagradável que ninguém se aproximaria . Ficaria em paz e longe daquela gente.

Sentou-se ao lado de um dos freezers da sala, e concentrou-se em beber o máximo possível e ver o movimento das pessoas pela ampla sala do casarão. Ali era o palco ideal para a apresentação dos pavões. Não demorou muito para que o show começar.
Uma rodinha se formou. No meio daquilo, Butt, um dos organizadores do evento exporrava suas glórias para os ouvintes:

- já fui a muitos lugares... Veneza, Milão, fui até a Índia.... minha família tem muita grana, torro o dinheiro todo do meu pai, aquele babaca... ele nunca soube dar valor ao filho que tem...

Todos concordavam com o falante e olhavam com olhar de comoção. Nathan olhou aquilo, e deu uma golada na cerveja. Desceu terrivelmente mal. Procurou outra bebida para acompanhar. Encontrou conhaque. De péssima qualidade. Serviu-se, tomou um duplo e pensou:

-que merda.

Continua...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Imagem Suja - Cachorro Morto


Trailler do curta Cachorro Morto Um pouco da vida de Charles Bukowski. produzido pela Inhamis filmes.



Para ficar por dentro do lançamento é só seguir os caras @inhamis

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Cultura Suja - Indicação - Charles Bukowski

Particularmente nunca gostei de heróis perfeitos, cheios de virtudes e de moral convencional. Quando no colégio, o primeiro livro que realmente gostei foi Macunaíma. Talvez por que o herói tinha pouco do que é considerado heróico.

Vivia dando uma de malandro e soltando balão em todo mundo. Depois conheci outros autores, que tratavam o ato heróico de outra forma, ou simplesmente desdenhavam dele. É o caso desse cara aí em cima.

Primeiro e mais importante: não sou crítico literário. Segundo: estou dando uma dica. Terceiro: você tem todo direito de discordar e cagar para o que eu vou falar adiante. Isso porque, se algum dia você já pegou um livro de Charles Bukowski para ler pode ter tido uma experiência, digamos, traumática. E sim, eu vou falar bem dele, especificamente desta obra.

Os temas de Bukowski são variados. Vão da bebedeira à completa falta de noção. Jogos de azar, putas, cafetões, violência são alguns de seus assuntos preferidos. Até então, tinha lido outras obras dele. Mas essa realmente tem me chamado a atenção para a riqueza de detalhes. E para os fatos descritos.

A leitura corre fácil. São contos. 10 a 12 páginas de histórias. A princípio, todas as histórias são verídicas. Comprei este livro depois de assistir o filme, que leva o mesmo nome. É uma das coisas mais bizarras que já vi.

Mas ao mesmo tempo, para quem é amante do que é sub, do que é feio, e do que é chocante, vale a pena.

Algumas histórias envolvem fatos realmente pesados que até para quem está acostumado com ele fica um pouco estranho. Mas não vou falar sobre cada conto, pois ficaria chato. Só digo uma coisa. Se você encontrar este livro, sugiro que você compre.

Amanhã tem o curta da Inhamis Filmes sobre Charles Bukowski.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Culto e Grosso - Extremistas



Extremistas são um saco. Seja do lado em que estiverem, são um saco. Ontem o país conheceu seu novo presidente. Ou melhor, presidenta. Mas o que parece é que se trava de uma briga entre duas cores. Tanto os que venceram, que tripudiaram e esfregaram o sabor da vitória no rosto do derrotados; quanto os derrotados que engolem tudo com um sorriso amarelo. Ora bolas, nessa disputa só tem um lado que pode sair vencedor! É o lado do povo!

Não estou aqui para falar sobre política. O blog já conta com um analista que é fera. Estou aqui para comentar as manifestações e os sentimentos que tomaram parte do povo, da mídia e de alguns segmentos da sociedade. Uma batalha entre o bem e o mal. Que porra é essa? E o país, onde fica nessa história? Ondeio colocar perguntas retóricas, parece coisa de político, mas é necessário.

E os extremistas. Ah, os extremistas. Durante este tempo foi duro ter que ficar policiando cada comentário. Por que se você fala algo que desagrada a turma da estrela você é um vendido neoliberalista da high society. Agora se você fala que quer um país com mais oportunidades e igualdade para todos é a turma do papagaio que vem como uma onda te chamando de socialista.

Ainda bem que acabou. Todos querem defender o seu. Mas estamos preparados para fazer a nossa terra crescer quando não é um dos nossos que está lá? Ou só há sempre um caminho a seguir: aquele que eu acredito. Aquele que eu voto.

Quando a gente muda, o mundo muda. É hora de dar passos para frente. Ficar de cara amarrada xingando muito no twitter não resolve nada. Braços cruzados não geram trabalho, riqueza e renda. Se é com ela que vamos estar nos quatro anos, vamos trabalhar para que sejam grandes anos.

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