Se você não está acompanhando este conto, as duas primeiras partes dele estão no post anterior. Se está, manda bala na segunda parte!
Agora foi a vez do motorista pensar naquilo tudo. Um longo período de silêncio se seguiu enquanto o homem acelerava o carro por planícies e descampados. Ele parecia processar aquelas palavras. Parecia ser a primeira vez que havia escutado algo tão certo em relação a vida.
Do lado de fora, as nuvens ficavam mais feias. O sol já não brilhava e o tempo estava cada vez mais escuro e pesado. Os primeiros pingos riscaram o vidro da frente do carro. Eram pequenos. Aquilo parecia ser apenas uma amostra do que ainda estava por vir. Depois que a chuva começou a cair mais forte, o homem que dirigia o carro recomeçou a falar:
-você tem uma boa opinião. Veja, há tanta gente nesse mundo que perde tempo com tanta bobagem que eu não entendo... perdem tempo em computadores, trocando palavrinhas, mantendo um tesão reprimido enquanto a vida esta aí... correndo aí fora pelos campos, o cheiro de chuva, essa porra toda que conecta o mundo, saca?
-sei. Eu sei exatamente do que você está falando.
A viagem seguiu. A chuva apertou muito no caminho, mas logo o sol já estava de volta no finzinho da tarde. Neil saltou em uma cidade pequena e caminhou por mais algumas horas. É, a vida era aquilo mesmo.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Contos Sujos - Roadster - Parte 3
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