O ano era 1986. O cantor David Byrne, do extinto grupo Talking Heads, perambulava pelo Rio de Janeiro e, passando por uma loja de LPs, resolveu pedir alguns discos de samba para conhecer melhor o estilo. E graças à despretensiosa e providencial intervenção de um simples empregado, acabou levando um disco que o marcaria e, por conseguinte, mudaria para sempre a vida de Tom Zé.
Depois de ouvir “Estudando o
Samba”, Byrne ligou para um amigo brasileiro que residia em Nova York e o interpelou
a respeito de Tom Zé. Ficou surpreso ao saber que o músico era pouco conhecido
no Brasil e rebateu: “Como é que o Brasil não conhece um artista desses?”. A
partir daí, as estrelas da sorte se revelaram para o baiano que, a partir de
David Byrne, foi divulgado internacionalmente e retirado do desmerecido
ostracismo.
Depois de quase duas décadas
imerso no esquecimento, Tom Zé encontrou sua tábua de salvação neste
maravilhoso trabalho. Experimentou um renascimento musical e passou a ser
gloriosamente celebrado nos Estados Unidos e na Europa. Um sucesso de público e
de crítica. Ele é mais um dos vários exemplos de artistas que, fugindo do
mainstream brasileiro, só encontrou alento no exterior. Aqui no Brasil ele é
maldito. Lá fora ele é Tom Zé.
Arthur Viggi
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