domingo, 15 de maio de 2011

Sujos Factual - Soberania


Uma discussão que não foi levantada durante a morte do terrorista mais procurado do mundo: a soberania de um país. O que foi divulgado na grande mídia é que apesar de da libertade de ação dada aos americanos pelo governo do Paquistão, nenhum líder local sabia da ação. O suposto alinhamento entre as duas nações foi amplamente questionado na medida em que o terrorista estava em uma das áreas mais vigiadas e seguras do país. Mas ainda sim, uma ação em que pessoas foram assinadas foi realizada e ninguém foi capaz de questionar a legalidade do que foi feito.

Claro, o primeiro argumento é que Osama é um criminoso internacional procurado responsável por um dos fatos mais tristes da história recente. Mas ainda sim, se tudo a partir de então passar a ser resolvido na bala, quem pode afirmar que a polícia do mundo amanhã não vai criar uma encrenca com nossa nação, detentora de generosas reservas de petróleo e recursos naturais.


Mais bizarro é a comemoração pela morte. Os direitos humanos foram colocados de lado. É óbvio que muitos vão apontar o dedo e dizer que um sujeito como Obama não merecia um julgamento. Mas se tudo for tratado desta forma, abrimos caminho para um novo tipo de relação diplomática pautada pelo medo e pelo peso das armas.

Não há como defender Osama. Mas também não há como deixar de lado o fato de que nesta guerra contra o exército de um homem só, muitos americanos perderam a vida. Muitos recursos foram gastos. Dinheiro vindo de trabalhadores e famílias que hoje, depois do golpe da bolha hipotecária, se encontram em estado de falência.

O certo é que não há mocinhos e nem vencedores nesta história toda.

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