quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Contos Sujos - Confusão - Parte 3
Se você não está acompanhando este conto, as duas primeiras partes estão logo aqui em baixo. Se está, manda bala na última!
O traficante subiu as escadas, batendo a porta do edifício. Tony colocou o embrulho no chão. Olhou para os jovens que se divertiam com a brincadeira sádica. Teve vontade de fumar. Apalpou suas calças em busca de um cigarro. Achou um, solitário. Estava amassado, mas ainda pensou: estou com sorte. Agora preciso de fogo.
Pegou seu pacote, e caminhou em direção ai grupo. Se havia conhaque, algum deles teria fogo. Se aproximou e perguntou para o que parecia ser o líder:
-preciso dar uns tragos. Algum de vocês tem fogo?
Depois de dar o último gole da garrafa, e quebrá-la com um golpe rápido, o rapaz respondeu:
-Claro. Mas depois de fumar, vá se limpar. Você está imundo.
Tony respondeu, enquanto já acendia seu fumo:
-vou precisar de um banho tanto quanto você. Eu por causa da sujeira, você por causa da ressaca. Esse conhaque é uma porcaria – jogou o isqueiro para o garoto enquanto falava.
Ao mesmo tempo, a viatura de Mold Metrox dobrava a esquina. Em um movimento sagaz de cabeça, o tenente via a cena. Um homem, com um pacote suspeito, acendendo algo que se assemelhava a um cigarro, conversando com um grupo de jovens. Não teve dúvidas. Só podia ser a tal entrega de tablets. A velocidade da viatura reduziu drasticamente. Pneus cantaram, enquanto subiam pela calçada. Com uma das mãos parou o carro. Com a outra, abriu a porta e em seguida tirou o cacetete do coldre.
Saltado da viatura como um bicho atacando a presa, avançou sobre o grupo na calçada. Tony não teve nem tempo de olhar. Um golpe violento já havia lhe atingido a cabeça, levando-o ao chão. Enquanto os garotos fugiam assustados, e Tony agonizava, Mold pensava:
-você vai ter que explicar muita coisa hoje.
Lá de cima da janela, Cat acompanhava a cena. No pacote só havia cerveja. Poderia ser ele agora caído na calçada. A polícia havia errado de novo. Olhou para a droga que já estava em suas mãos e pensou:
-hoje, quem vai ficar alucinado sou eu.
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